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Reajustes salariais ficam acima do INPC.

Guarulhos, 22 de agosto de 2001

Os reajustes salariais do primeiro semestre ficaram acima da inflação do período, apesar dos impactos negativos das crises energética e argentina e da desvalorização cambial sobre a economia brasileira. Isso é o que revela o balanço das negociações salariais fechadas entre janeiro e junho deste ano, divulgado hoje pelo Dieese.

De acordo com o estudo, 129 das 188 categorias profissionais analisadas tiveram reajuste salarial no primeiro semestre acima do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE, que foi de 3,81% no período.

Isso significa que a maioria dos grupos de trabalhadores (68%) conseguiu ganhos superiores ou iguais à inflação. Desse total, 51,06% tiveram reajustes salariais superior ao INPC e 17,55% aumentos iguais à variação do índice.

Em 1999, considerado pelos sindicalistas como o pior ano para as negociações coletivas desde a implantação do Plano Real, apenas 50% das categorias profissionais asseguraram a reposição da inflação.

O balanço dos acordos coletivos fechados no primeiro semestre demonstra que o resultado ficou semelhante ao registrado no mesmo período de 2000, tido como o melhor ano para as negociações salariais do plano Real.

Apesar do bom desempenho das campanhas salariais do primeiro semestre, os reflexos da crise de energia já começaram a ser sentidas em abril, quando foram anunciadas as primeiras medidas do plano de racionamento.

De acordo com o balanço do Dieese, o percentual de categorias profissionais que registraram perdas salariais em relação ao INPC passou para 20%. Nos dois primeiros meses do ano, 100% dos acordos coletivos resultaram em recomposição salarial integral. Em março, 10% das negociações salariais fechadas ficaram abaixo da inflação.

A dificuldade de recompor a variação de preços nos salariais ficou ainda pior em maio, quando 40% dos acordos coletivos tiveram índices de aumento inferiores ao INPC. Em junho, 50% das negociações fechadas ficaram abaixo do INPC.