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Empresas aéreas iniciam temporada de promoções

Guarulhos, 11 de abril de 2002

A guerra das tarifas que agitou o setor aéreo nacional em 1996 e 1997 está de volta. A novidade é a melhor possível para os consumidores, mas deve complicar ainda mais a situação de endividamento das companhias nacionais. A tendência foi aberta pela TAM, sobretudo em virtude da concorrência com a mineira Gol, cuja proposta de atuação está baseada na máxima baixo custo e tarifas baratas. A Gol é organizada de modo a reduzir custos operacionais, oferecendo bilhetes com preços até 30% abaixo da média de mercado. Na TAM, os descontos concedidos hoje nas passagens vão de 10% a 70%. Além dos descontos gerais, a TAM oferece reduções de preços de 50% para determinados roteiros, desde que os consumidores comprem seus bilhetes 21 dias antes da viagem. Se a passagem for adquirida com 14 dias de antecedência, o desconto é de 40%.

Com as medidas, o percurso de São Paulo para Porto Alegre, por exemplo, pode sair de R$ 546 a tarifa cheia, por R$ 152 aproveitando o desconto máximo concedido. Na semana passada, a TAM reduziu os preços das tarifas da ponte aérea Rio São Paulo ou vice versa para R$ 120 cada trecho de ida ou volta. Foi uma resposta à entrada da Gol na rota, oferecendo passagens por R$ 128 o trecho. Segundo informações da TAM, os descontos se adaptam à demanda de passageiros em cada vôo e horário. Na Gol, o trecho de São Paulo até Porto Alegre sai por R$ 129. “A guerra de preços é um tiro nas contas das companhias. A medida é prejudicial em todos os casos. Melhor é investir em marketing e procurar outras formas de atrair os consumidores”, afirma o professor da Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, Antonio Luiz de Carvalho. Segundo o professor, medidas como a redução das passagens nos vôos noturnos, por exemplo, seriam opções mais seguras para competir no segmento nacional de passagens aéreas.

De acordo com o consultor da ABM&Consulting, Fernando Coelho, a concorrência pelo desconto máximo nas tarifas aperta ainda mais as margens de lucro na aviação brasileira. “Não há estrutura que resista”, diz.

Isabela Barros