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Receita para a economia

Guarulhos, 24 de novembro de 2009

A melhora de alguns índices da economia brasileira é consenso entre especialistas. Mas alguns pontos ainda podem ter resultados mais satisfatórios, destacam. A pedido do coordenador do Conselho de Economia da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Roberto Macedo, o ex-diretor da Nossa Caixa e professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Joaquim Elói Cirne de Toledo falou sobre três temas importantes na sede da entidade: spread, taxa de juros e câmbio.

“O problema do Brasil é a escassez de investimentos. O que temos hoje é o investimento em consumo. Por isso, o Banco Central tem que manter o juro alto, o que compromete o crescimento futuro”, avaliou. “É preciso defender medidas que provoquem a expansão da produção e da indústria exportadora”, acrescentou.

Em relação ao spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro cobrado dos clientes), Toledo disse que “depende do custo e do risco da inadimplência”. Para ele, a implantação de cadastro positivo, a disponibilidade de informações confiáveis, um sistema judicial eficiente e maior fiscalização de demonstrativos contábeis poderiam reduzir o spread no País. “A melhora da qualidade das garantias também ajudaria.”

No que se refere a câmbio, Toledo tem uma sugestão pouco ortodoxa para barrar a alta do real. “Poderiam ser determinadas a redução da rentabilidade da aplicação de estrangeiros no Brasil e a cobrança de Imposto dobre Operações Financeiras sobre qualquer entrada de capitais.

Poderia haver, ainda, retenção compulsória – quarentena – sem remuneração no Banco Central.” Ao mesmo tempo, afirmou, poderia ser viabilizado investimento de brasileiros no exterior.

Na avaliação de Toledo, poderia haver uma política fiscal restritiva, com redução de gastos correntes e racionalização de subsídios e renúncias fiscais. “Outras medidas seriam o incentivo à postergação da aposentadoria e uma política monetária sem surpresas desnecessárias”, completou.