Notícias

Por Bilhete Único, Almeida já fala até em gestão compartilhada com Guarupas

Guarulhos, 17 de julho de 2009

O prefeito Sebastião Almeida admitiu que enviará à Câmara novo projeto de implantação do Bilhete Único e regulamentação dos transportes públicos em Guarulhos, alterando o polêmico item sobre a gestão financeira do sistema. “Vamos mandar o projeto com a proposta de a gestão ser compartilhada.” Com isso, a administração da Câmara de Compensação do Bilhete Único deverá ser gerida pela Secretaria de Transportes e Trânsito e a Guarupas.

No dia 2 de julho, em sessão extraordinária na Câmara Municipal, o Bilhete Único foi rejeitado por 17 a 16 votos. Depois disso, o Legislativo entrou em recesso e retomará as atividades somente em agosto. Até lá, a Prefeitura prepara um novo projeto. “Se o problema foi o caixa, agora estamos resolvendo e não deixaremos a lei tão aberta”, aponta Almeida. O polêmico artigo 15 do projeto substitutivo, alvo de críticas de boa parte dos oposicionistas, definia que a STT poderia cuidar do caixa do sistema de “forma compartilhada, direta ou por delegação”. No dia da votação, parlamentares contrários ao projeto se referiram ao artigo como se fosse um “cheque em branco”.

Apesar do recuo do Governo, a aprovação do projeto não será fácil. O presidente da Comissão de Trânsito e Transportes, vereador Edmílson Americano (PHS), acredita que a Prefeitura precisa esclarecer outros itens para regulamentar o transporte na cidade. “Quantas horas vai ter o Bilhete Único? Quantas integrações o usuário poderá fazer? Quanto vai custar a passagem? Quantas linhas existirão? É fácil só falar que vai ser bom, mas é preciso mostrar a questão técnica.” Ele quer ver o estudo de R$ 400 mil que a STT encomendou para a implantação do novo sistema.

“Se vão reorganizar tudo e existe um estudo pronto, precisamos ter acesso para discutir.” Além da mudança do artigo 15, anunciada por Almeida, o vereador Romildo Santos (PSDB), secretário da Comissão de Trânsito e Transportes, quer debater outros itens do projeto com o Governo. “O que me prende é o artigo 10 que expõe que o permissionário de lotação deve ser pessoa física ou jurídica. Acredito que deva ser apenas física, para que os perueiros tenham mais liberdade e não fiquem tão na mão das cooperativas.” Ele avalia que a administração estará mais aberta a negociações sobre o projeto no segundo semestre. “Se o prefeito vai mudar o projeto vamos ter que analisar direito. Acho que o Governo terá outra visão e o dialogo será mais aberto desta vez.”

Sobre a possível gestão compartilhada do caixa do sistema de transportes, a Guarupas respondeu que não se manifesta sobre assuntos do Legislativo e Executivo da cidade. Entretanto, a empresa, em nota, justificou que “reafirma sua capacidade de continuar disponibilizando a melhor tecnologia disponível no mercado em benefício do sistema do transporte urbano, a exemplo do que já vem sendo feito, com absoluta segurança e total transparência.”