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O bom ano dos supermercados

Guarulhos, 30 de outubro de 2013

As vendas nos supermercados cresceram 4,94% entre janeiro e setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2012. O chamado Índice Nacional de Vendas, divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), aponta que para todo o ano de 2013 haverá aumento entre 4% e 4,5%. A perspectiva é mais positiva que a do início do ano, quando a previsão era de avanço de 3% a 3,5%. Os índices já se encontram deflacionados pelo Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, “apesar das expectativas tímidas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o setor supermercadista continua com números positivos, o que mostra que o nosso mercado continua aquecido. A manutenção do nível de desemprego baixo e contínuo e o aumento da massa de rendimento salarial explicam o desempenho do setor”.
 
Em valores nominais, as vendas do segmento registraram queda de 4,79% em setembro ante agosto e elevação de 10,94% sobre setembro de 2012. No acumulado de 2013, houve aumento de 11,62% em relação ao período de janeiro a setembro do ano passado. Em termos reais, foi observada alta de 4,81% ante setembro do ano passado.
 
Segundo Milan, o comportamento de setembro já era esperado e foi considerado normal após as vendas expressivas em julho e agosto. Flavio Tayra, gerente de economia da Abras, ressaltou que as perspectivas para o segmento continuam positivas, pois fatores importantes como a queda do desemprego continuam a favorecer a economia brasileira e a massa salarial registrou alta de 2,8% ante setembro do ano passado.
 
Preços menores – Além dos ganhos reais nos rendimentos dos brasileiros, os preços da cesta de 35 produtos pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras apresentaram queda de 0,92% ante agosto, ao terminar em
R$ 352,57. Na comparação com setembro de 2012, foi observada alta de 6,88%.
 
Tayra lembrou que as medidas tomadas pelo governo federal para conter a inflação, como desonerar a cesta básica, reduzir as tarifas de energia elétrica e controlar os preços dos combustíveis, estão surtindo efeito. Segundo ele, a Abras tem expectativa de que estes preços mantenham o mesmo patamar até o final do ano.
 
A avaliação da GfK apontou que as maiores altas de preços em setembro concentraram-se no leite em pó (3,77%), farinha de trigo (3,41%) e frango congelado (2,28%). O primeiro foi pressionado pela queda na produção, enquanto a safra brasileira de trigo foi afetada por problemas climáticos e o mesmo aconteceu na Argentina, de quem o Brasil importa o grão. As quedas mais expressivas foram as do batata (21,46%), cebola (12,43%) e tomate (11,94%).
 
Na comparação regional, a cesta da região Norte continua a mais cara do País. Ela terminou setembro em R$ 420,49, com alta mensal de 0,37% Em seguida, está a do Sul, que finalizou em R$ 382,14, um recuo de 1,75%. A do Sudeste ficou em R$ 336,75, com elevação de 0,75% e a do Centro-Oeste situou-se em R$ 317,26 (- 2,73%), com recuo provocado pela redução expressiva dos preços da carne em Brasília, que ainda é considerada a cidade mais cara para se viver em todo o País. E a do Nordeste caiu 1,61%, ao fechar em R$ 298,48. 
 
Menos bebidas – A Abras divulgou ontem também o desempenho de vendas em volume do setor. O Índice Nacional de Volume registrou queda de 1% de janeiro a agosto em relação ao mesmo período do ano passado. Fábio Gomes, gerente de atendimento da Nielsen, explicou que a expectativa é de que a cesta de 128 categorias de produtos registre estabilidade até o final do ano.
 
De acordo com o estudo, as bebidas alcoólicas foram as que mais influenciaram o resultado geral, pois apresentaram retração de 3,9% no consumo no período. Em seguida vieram as não alcoólicas (-2%), produtos perecíveis (- 1,4%) e mercearia doce (1,,3%). As altas mais expressivas foram as da cesta denominada “outros”, que inclui itens como produtos de bazar (2,8%) e limpeza caseira (2,5%).
 
Os itens com maior crescimento em volume vendido foram alimentos para gatos (19,3%), tinta e rejuvenescedor para cabelos (10,9%), leite fermentado (10,7%), suco de frutas pronto para consumo (9,9%), água mineral (8,2%), sabão e detergente para roupas (7,7%). As maiores quedas foram bebidas à base de soja (-18,5%), açúcar (-10,6%), farinha de trigo (-10,5%), sabão em barra (-9%), carnes congeladas (-7,1%), margarina (-4,9%) e creme dental (-4,8%).