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Meta para os próximos dois anos

Guarulhos, 24 de fevereiro de 2005

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) deverá ampliar, nos próximos dois anos, a mobilização de todos os segmentos da sociedade brasileira a favor dos direitos dos cidadãos que pagam impostos e que exigem retorno em bons serviços públicos. Isso implicará também num grande debate sobre o papel da burocracia, que se disfarça atrás da máscara ideológica, “para beneficiar mais o assistente do que o assistido”.

“Vamos até o fim no movimento de conscientização cívica da sociedade que, no limite, representa o embate entre a Nação e o Estado”, disse ontem Guilherme Afif Domingos, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), durante reunião do Conselho Deliberativo da Entidade, que homologou a chapa única para eleição da ACSP, para o biênio 2005-2007. A votação ocorrerá na segunda convocação da Assembléia Geral Ordinária, nesta próxima sexta-feira, às 17 horas.

Afif fez um balanço da trajetória de continuidade administrativa e de projetos institucionais da Entidade durante a “troca de bastão” entre seus presidentes ao longo de seus 110 anos de vida. “Isso mostrou coerência na busca dos objetivos da Associação Comercial”, explicou. Esse processo prosseguirá, enfatizou Afif, com a “oxigenação” trazida pelos novos diretores, sempre observados pelas antigas gerações “que mantém os rumos históricos de nossa Casa”.

Rede – Guilherme Afif lembrou que a rede de serviços consolidada durante a gestão do ex-presidente Alencar Burti, fortaleceu a Entidade para ampliar e aprofundar seu papel institucional junto à sociedade, o que foi feito nos últimos dois anos: “O atual momento político mostra que estamos no caminho certo, ao promovermos uma grande mobilização em torno de nossas teses”.

Para Afif a criação da Frente Brasileira Contra a MP 232, que aumenta impostos para os prestadores de serviços, apenas confirmou a sintonia da Associação com os anseios de toda a sociedade. “A nossa bandeira de defesa do contribuinte está tomando conta do País”, destacou. Para ele, a luta iniciada nos anos 80 de conscientização do cidadão como “tax payer” (contribuinte), quando Afif presidiu pela primeira vez a ACSP, entrou neste momento numa “etapa sem retorno”.

Essa luta, insistiu o presidente da ACSP, está pronta para ser deflagrada também pela rede das 412 Associações Comerciais do Interior Paulista, que integram a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “Elas estão prontas para agir em conjunto e isso está na nossa pauta para os próximo dois anos”, relatou. Isso poderá por em cheque, segundo ele, o avanço do Estado “perdulário” que para “gastar cada vez mais” vai buscar sempre mais dinheiro no “bolso da sociedade”.

Além disso, Afif disse que a Associação Comercial precisa se tornar um “centro de inteligência” para mostrar à sociedade o verdadeiro papel da burocracia, que “monopoliza o discurso social para justificar o assalto ao bolso do cidadão”. Tudo isso, concluiu, “para manter um assistencialismo que ajuda muito mais o assistente do que o assistido”.

Sergio Leopoldo Rodrigues