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Mercado perde o controle e dólar chega a R$ 2,74

Guarulhos, 13 de setembro de 2001

Folha ImagemO nervosismo no câmbio está sem controle. O dólar comercial já foi negociado esta manhã em R$ 2,74.

Investidores estão sem rumo. Estão sem a referência das Bolsas norte-americanas pelo terceiro dia consecutivo. Com isso, a Bolsa de Valores de São Paulo, que antes já era motivo de preocupação, não consegue sustentar nem mesmo uma pequena valorização do índice.

Mais do que isso, o mercado cambial brasileiro teme um estrago maior da economia nacional com os problemas que os Estados Unidos passarão a enfrentar, além do desaquecimento.

No Brasil, as previsões para o final do ano e 2002 do dólar, juros, inflação e PIB deverão ser refeitas. A escassez de dólares deverá afetar mais ainda as cotações da moeda.

As projeções dos próximos meses para o câmbio já apontam as cotações em patamares ainda mais elevados. No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de dólar para outubro sobem 1,54%, para R$ 2,757. Ontem, esse contrato fechou em R$ 2,715.

Essa pressão sobre as cotações do dólar comercial está causando uma distorção inédita entre os mercados em São Paulo. Nesta manhã, as cotações do dólar paralelo estão mais baixas que a moeda à vista, ou seja, os doleiros paulistanos estão negociando a moeda com deságio sobre o interbancário. O dólar paralelo em São Paulo está cotado em R$ 2,63 na compra e R$ 2,68 na venda.

Assim, os recordes do Plano Real no câmbio estão ficando cada vez mais fora das perspectivas do mercado. Ontem, a moeda norte-americana havia saltado de R$ 2,65 para R$ 2,68. Nesta manhã, o “pulo” do dólar foi ainda mais ousado: de R$ 2,69 para R$ 2,74.

O Banco Central parece estar apenas acompanhando o mercado de longe. Antes da abertura do mercado esta amanhã, o Tesouro Nacional anunciou oferta de R$ 1,150 bilhão em papéis cambiais. Ontem, a instituição já havia realizado um leilão. Porém, o montante, que visa também o resgate de papéis em poder do mercado, parece não surtir efeito.

O dólar comercial fechou a manhã cotado em R$ 2,726 na compra e R$ 2,732 na venda, alta de 1,86%. Durante os negócios do período, a cotação mínima da moeda foi de R$ 2,693, alta de 0,41%. A máxima atingiu alta de 2,31%, a R$ 2,744.