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Marketing Relacionado à Causa: Indo Bem, Fazendo o Bem

Guarulhos, 21 de janeiro de 2004

Com a chegada do século 21, fica cada vez mais evidente que a integração de questões sociais e de práticas de negócio não será apenas um modismo dos anos 90, maso início de um caminho que mostra como as empresas se relacionarão com associações ou causas sociais, através de alianças estratégicas, para posicionar suas organizações e marcas para o futuro.

Numa época em que as empresas vivem numa extrema competição pelo consumidor, onde produtos e serviços estão cada vez mais se tornandocommodities, inovação e diferenciação são temas cada vez mais presentes na vida dos executivos de marketing, que percebem que o desenvolvimento de estratégias emocionais e éticas, aliadas às tradicionais formas de impacto racional de comunicação da marca, podem fazer a diferença não apenas na cabeça do consumidor, mas também em seu coração e na sua alma.

E esta competição não afeta apenas o mercado corporativo. As organizações do terceiro setor, estimado em 300 mil em todo Brasil, também disputam entre si o apoio financeiro das empresas e dos doadores, além da consciência pública.

Diante destes novos cenários, surgem no mercado empresas especializadas em desenvolver soluções de Marketing Relacionado à Causa (MRC), tendo como desafio mostrar às empresas e entidades do terceiro setor as inúmeras vantagens que estão por trás deste novo tipo de parceria.

Do ponto de vista das empresas, ações de MRC possibilitam não só o aumento de imagem corporativa, mas também a possibilidade de geração de novos negócios e conseqüente aumento da lucratividade no longo prazo, através de uma filantropia estratégica. Para as entidades do terceiro setor, ações de MRC possibilita auxiliá-las a maximizar a comunicação da causa e ao mesmo tempo a viabilidade e a garantia da sustentabilidade financeira de seus projetos. Do ponto de vista do consumidor, trata-se de uma conveniente oportunidade de ajudar entidades carentes ou que prestam serviços de cunho social através de suas decisões de compra do dia-a-dia, sem custo extra.

Existem ainda no Brasil inúmeros desafios a serem vencidos pelas grandes empresas. Um dos principais é o aumento da consciência sobre a Responsabilidade Social. Diante deste aspecto, localizar a organização certa com a qual formar uma parceria, a imaturidade do mercado de alianças intersetoriais, as diferenças culturais entre organizações com e sem fins lucrativos e as dificuldades em abandonar alguns modos de pensar tradicionais são alguns fatores críticos de sucesso para a concretização de parcerias.

Numa época de grandes mudanças e transformações no mundo do negócios, é gratificante vermos a preocupação e os esforços das empresas na construção de uma sociedade mais justa, sustentável e com menos diferenças sociais.

Por André Mizrahi