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Governo Federal vai manter CPMF

Guarulhos, 31 de maio de 2007

Governo Federal tem certeza que vai manter CPMF

O governo federal tem certeza de que vai conseguir manter a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no período de 2008 a 2011 com a aprovação, no Congresso Nacional, de um novo projeto para estender o tributo, cuja extinção está marcada para a meia-noite do próximo dia 31 de dezembro.

Atualmente, o Palácio do Planalto trabalha apenas para consolidar a maioria absoluta da base governista para continuar com a contribuição que, encerrada no final de 2007, apenas apontaria para uma reforma tributária que, pelo menos neste ano, não sai.

As más notícias foram reveladas pelo deputado federal democrata Guilherme Campos Júnior, na cidade de Campinas, no encontro-protesto contra a contribuição, promovido em todo País pelo movimento “Xô CPMF”.

Em Campinas, aproximadamente 50 empresários e representantes de entidades de classe compareceram ao debate organizado pelo Sindicato das Empresas Contábeis (Sescon), de Campinas, e pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), da cidade. “Sem mobilização, não teremos a menor chance de acabar com a CPMF”, afirmou o deputado Campos Júnior.

Na avaliação do parlamentar, o governo federal não pode, desta vez, enganar os brasileiros como fez em 1996, ano em que lançou a CPMF como a fórmula mágica para a solução dos problemas nacionais da área da saúde. “Naquela época, também apoiei o projeto do imposto, por parecer excelente. Hoje, sabemos que caímos no canto da sereia. E isso está acontecendo novamente”, afirmou. “Esse novo discurso de que é preciso continuar com a contribuição com redução de alíquota no decorrer do tempo é o novo canto da sereia que tenta enganar os contribuintes e empresários para manter essa arrecadação sem sentido”, acrescentou o deputado.

Sem reforma — A reforma tributária que Campos Júnior disse que não vai sair do lugar no Congresso, pelo menos neste ano, de acordo com o diretor de Ação Regional do Fiesp-Campinas, José Nunes Filho, terá efeito contrário. “Sabemos que de uma forma ou de outra vai acontecer a reforma tributária, mas com certeza para aumentar impostos”, afirmou o diretor. “E isso por total omissão nossa como empresários e cidadãos. O Estado quer cada vez mais arrecadar dinheiro para gastar mal o que arrecada”, completou o diretor, ao comentar a análise do presidente do Sescon-Campinas, José Homero Adabo, de que a CPMF onera a produção e os custos finais e retrai os investimentos.

A Fiesp-Campinas promoveu o evento nas 13 regionais que controla nessa área do Estado de São Paulo. Estima-se que pelo menos 2 mil empresários e representantes de entidades de classe participaram da programação, entre elas a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A OAB apóia incondicionalmente o fim da CPMF”, disse o vice-presidente da Ordem, Luiz Henrique Cirilo.