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Empresários são contra a CMF

Guarulhos, 05 de dezembro de 2007

A proposta de desonerar a folha de salários em troca da cobrança de uma Contribuição sobre Movimentação Financeira (CMF), a ser recolhida por toda a sociedade, debatida na última terça-feira na Escola de Negócios Trevisan, foi duramente criticada por entidades representativas do setor de serviços. A idéia de substituir o recolhimento da contribuição patronal ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) por um tributo nos mesmos moldes da CPMF – que corre o risco de ser extinta por pressão da sociedade – foi apresentada pela Confederação Nacional de Serviços (CNS), que encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo sobre os impactos da cobrança na economia e nas contas do governo.

“Essa proposta é equivocada e só vem fortalecer a estratégia do governo, que quer a todo custo aprovar a prorrogação da CPMF”, criticou o presidente da Central Brasileira do Setor de Serviços (Cebrasse), Paulo Lofreta. Esta é uma das entidades que fazem parte da Campanha “Xô CPMF”. Para o dirigente, só com a derrubada dessa fonte de arrecadação o governo vai tratar com seriedade e vontade política a reforma tributária. “Estima-se para este ano uma arrecadação extra de tributos da ordem de R$ 70 bilhões sobre 2006, ou seja, muito acima dos cerca de R$ 40 bilhões provenientes da CPMF”, calculou.

A proposta também não foi bem recebida pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP). “Há membros do governo e de entidades nada representativas que vão contra o desejo da sociedade, que é o de extinguir a CPMF”, disse o presidente do Sescon, José Maria Chapina Alcazar, ao lembrar que na mobilização nacional contra a prorrogação do tributo um abaixo-assinado com 1,3 milhão de nomes foi encaminhado ao governo e ao Congresso.

Para Chapina, o momento não é favorável para se discutir a desoneração da folha de salários, embora seja uma reivindicação antiga do empresariado. “Esse é um assunto para ser debatido no âmbito da reforma tributária”, completou.

A campanha “Xô CPMF” tem o apoio de entidades como a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).