Notícias

Economia fraca afeta emprego

Guarulhos, 19 de setembro de 2006

O ritmo fraco de crescimento da economia afetou o mercado de trabalho formal e provocou queda na criação de empregos com carteira assinada no mês passado. As empresas contrataram 128.915 empregados em agosto, 4,8% menos do que em agosto de 2005, quando 135.460 vagas haviam sido abertas. O mercado formal também perdeu fôlego em relação a julho último, mês em que foram registradas 154.357 novos postos de trabalho, redução de 16,5%.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Apesar de reconhecer que o ritmo de geração de novas ocupações está menor do que desejava o governo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, comemorou o resultado, ressaltando que foi o oitavo mês seguido em que o Caged registrou saldo positivo no confronto entre contratações e demissões. “A expansão do emprego formal perdeu ritmo em relação ao ano passado, mas não é nada que deva ser visto com temor”, disse.

Ele atribuiu a desaceleração do ritmo de contratações não só ao baixo crescimento econômico, mas também às “turbulências que o País viveu nos últimos 12 meses”, como as denúncias de corrupção na área política, taxa de câmbio desfavorável às exportações e demora no início do processo de redução dos juros.

No ano – Com o enfraquecimento do mercado de trabalho em agosto, o número de vagas criadas neste ano ficou menor do que o de 2005. De acordo com o Caged, foram criados 1,207 milhão de empregos com carteira assinada de janeiro até agosto, o que significou 1% menos do que o total contabilizado no mesmo período de 2005 (1,219 milhão). Também houve recuo no total de empregos formais registrados em 12 meses: foram 1,241 milhão de vagas abertas entre setembro de 2005 e agosto passado, em comparação com 1,276 milhão nos 12 meses anteriores.

No primeiro semestre, os dados do Caged vinham registrando expansão do emprego formal, o que havia levado Marinho a prever que o número de novas ocupações neste ano seria maior do que em 2005. Mas agora o ministro recuou das projeções mais otimistas e espera que o ano feche com cerca de 1,250 milhão de vagas com carteira assinada – praticamente o mesmo número do ano passado (1,253 milhão).

Marinho, no entanto, previu um número maior de contratações em setembro em razão do aumento de produção das indústrias que tradicionalmente se preparam nesta época para as vendas de final de ano. O ministro disse ainda esperar que as medidas para incentivar a construção civil e para reduzir os juros bancários, anunciadas pelo governo neste mês, além da nova Lei Geral das Micros e Pequenas empresas, tenham efeito positivo no mercado de trabalho em 2007.

Agricultura – A agricultura foi o setor econômico que apresentou a pior situação no Caged em agosto. Foi o único setor a fechar postos de trabalho em número maior ao de criação de vagas, com a eliminação de 13.727 empregos com carteira assinada.

O Caged mede a variação do número de empregos com carteira assinada, em todo o País, mediante informação obrigatória prestada pelas empresas ao governo.