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E-commerce dobra receita, mas sem lucro.

Guarulhos, 05 de novembro de 2001

As projeções são de expansão. Mesmo que o setor ainda não tenha lucros para exibir. O comércio eletrônico focado no consumidor final terá um Natal muito mais gordo do que no ano passado. A receita total do e-commerce no Brasil será de US$ 400 milhões neste ano, devendo chegar a US$ 800 milhões em 2002, segundo informações da consultoria Booz Allen. Apesar do salto nas vendas, os empresários que investem na área ainda não conseguem diluir os custos de distribuição para ter saldo positivo no final do mês. Ao todo, são 12 milhões de internautas brasileiros, dos quais 50% freqüentam, no mínimo, uma vez por mês a rede mundial de computadores. A alta na receita está diretamente relacionado ao aumento da penetração da Internet no País. Hoje, o índice entre as classes A e B, por exemplo, é de 45%, para 9% na classe C. “A oferta de novas linhas de financiamento vem aumentando muito rápido a venda de computadores”, afirma o diretor da Booz, Allen Fábio Medeiros. O número de consumidores eletrônicos ativos no Brasil era de 4,5 milhões de pessoas no início do ano, segunda estimativa da Nielsen/NetRatings. Pesam a favor do comércio eletrônico no Brasil elementos como o aumento da velocidade de acesso, a maior oferta de produtos e o funcionamento do serviço 24 horas por dia. “É um processo de mudança comportamental que ainda não acabou. Os principais entraves são o medo de fornecer os dados bancários na web e a necessidade de tocar nos produtos. Os americanos é que sempre foram acostumados a comprar por catálogo, não os brasileiros”, diz. A entrada das grandes redes de varejo no comércio ponto.com foi uma das principais alavancas do e-commerce nacional. “Os consumidores se sentem mais confortáveis para comprar nesses casos, amparados em nomes como as Lojas Americanas, C&A ou Ponto Frio”, completa Fábio Medeiros. De acordo com pesquisa da Nielsen/NetRatings, o e-commerce cresceu mais que a performance da Internet no País. Em agosto de 2001, o estudo descobriu que o número de usuários que visitaram algum site de comércio eletrônico aumentou 83% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o número de internautas brasileiros cresceu 18% no comparativo com 2000. No Natal de 2000, o e-commerce cresceu 25% no País em relação a 1999. As mulheres são as principais consumidoras dos sites de compras em dezembro, saindo do percentual de 36% de participação no setor ao longo do ano para 41% às vésperas do Natal. Em 2000, os campeões de vendas na Internet foram Submarino, Americanas e Livraria Saraiva.