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Deficientes no trabalho: falta integração e treino

Guarulhos, 26 de fevereiro de 2007

Compartilhar experiências e discutir ações para eliminar a discriminação e integrar pessoas com deficiência ao mercado de trabalho. Estes foram os principais temas abordados durante a Primeira Plenária de 2007 do Fórum Permanente de Empresas para a Inclusão da Pessoa com Deficiência, realizado na última quarta-feira em São Paulo. Conclusão dos participantes: o caminho é a integração das ações entre organizações não-governamentais, poder público e empresas para incluir com qualidade. Não basta cumprir as quotas: os deficientes têm que ser treinados e ter condições especiais para se manter no trabalho.

Promovido pelo Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pelo Instituto Paradigma, o evento deu espaço para a experiência de entidades internacionais que lutam para integrar esta parcela da população na Irlanda e nos Estados Unidos.

Para os participantes brasileiros, este intercâmbio é importante, já que o Brasil tem 24,5 milhões de deficientes e, deste total, apenas 1% trabalha.

A entidade Workability International, organização não-governamental fundada em 1988 para defender os direitos de pessoas com deficiência em todo o mundo, oferece serviços de assistência social e de saúde aos deficientes e os auxilia a encontrar trabalho. Ela foi convidada a participar do evento após firmar parceria com o Instituto Paradigma para desenvolver uma rede de troca de informações sobre a situação do mercado de trabalho para pessoas com deficiência na América Latina e em nível global. A entidade já detectou, na Europa, a tendência de transferir a oferta de vagas da indústria para o setor de serviços e que essa pode ser uma solução para os países latino-americanos.

Ação integrada – Para Frank Flannery, presidente da entidade, é importante que organizações não-governamentais, governos e sociedade atuem juntos para integrar os deficientes à sociedade e ao mundo do trabalho. “É aí que a Workability entra e oferece os dados que coleta a respeito das experiências bem-sucedidas. Compartilhar técnicas em uma época de globalização e de ampliação do uso da tecnologia é importante porque, assim, as pessoas com deficiência poderão trabalhar em todas as áreas. Lutamos para mostrar que todos os cidadãos são iguais e isso tem que estar refletido na sociedade”, explica.

Ainda coletando informações sobre a realidade brasileira, Flannery considerou interessante este tipo de encontro nos quais as empresas e ONGs trocam informações. Ele se disse entusiasmado com a seriedade com que as pessoas tratam da questão no Brasil. Segundo ele, a realidade dos deficientes na Irlanda não é muito diferente da brasileira. “Os irlandeses também têm dificuldade em lidar com o preconceito que existe, mas não é admitido. Aliado a isso, há a falta de treinamento e o baixo nível de escolaridade dos deficientes, que abandonam a escola cedo em nosso país”, diz.

Por isso, Flannery acredita que deve haver práticas extras de incentivo para que o deficiente continue a estudar e se mantenha no trabalho. “Tanto empregadores quanto a sociedade precisam adquirir conhecimentos pra lidar com a deficiência. E os governos deveriam apoiar as empresas e entidades que desejam contratar os deficientes”, diz.

Ação integrada – Para Frank Flannery, presidente da entidade, é importante que organizações não-governamentais, governos e sociedade atuem juntos para integrar os deficientes à sociedade e ao mundo do trabalho. “É aí que a Workability entra e oferece os dados que coleta a respeito das experiências bem-sucedidas. Compartilhar técnicas em uma época de globalização e de ampliação do uso da tecnologia é importante porque, assim, as pessoas com deficiência poderão trabalhar em todas as áreas. Lutamos para mostrar que todos os cidadãos são iguais e isso tem que estar refletido na sociedade”, explica.

Ainda coletando informações sobre a realidade brasileira, Flannery considerou interessante este tipo de encontro nos quais as empresas e ONGs trocam informações. Ele se disse entusiasmado com a seriedade com que as pessoas tratam da questão no Brasil. Segundo ele, a realidade dos deficientes na Irlanda não é muito diferente da brasileira. “Os irlandeses também têm dificuldade em lidar com o preconceito que existe, mas não é admitido. Aliado a isso, há a falta de treinamento e o baixo nível de escolaridade dos deficientes, que abandonam a escola cedo em nosso país”, diz.

Por isso, Flannery acredita que deve haver práticas extras de incentivo para que o deficiente continue a estudar e se mantenha no trabalho. “Tanto empregadores quanto a sociedade precisam adquirir conhecimentos pra lidar com a deficiência. E os governos deveriam apoiar as empresas e entidades que desejam contratar os deficientes”, diz.

Programas de qualificação – Outra entidade internacional que compareceu ao evento foi a Goodwill Industries International. Com sede nos Estados Unidos, ela cria e implementa programas de reabilitação para pessoas com diversos tipos de deficiências. “Procuramos empresas que criem postos de trabalho e serviços para estas pessoas. Trabalhamos, também, para o governo e indústrias locais oferecendo programas de qualificação. No Brasil, somos parceiros do Instituto Paradigma e compartilhamos informações sobre programas que deram certo e sobre pesquisas a respeito da situação das pessoas com deficiência”, explica seu presidente George Kessinger.

Segundo ele, sua entidade atendeu 846 mil pessoas no ano passado com um orçamento de US$ 3 bilhões, totalmente utilizado no treinamento de pessoas deficientes. “Nossas ações são bem-sucedidas porque consideramos no processo de integração técnicas avançadas de treinamento adequadas às necessidades do deficiente e do mercado de trabalho. Inserimos sua família no processo e utilizamos toda a tecnologia disponível (computadores, softwares etc). Lutamos para colocar a pessoa certa no lugar certo”, afirma.

Mais informações – A presidente do Instituto Paradigma Luiza Russo saiu do encontro entusiasmada com as informações obtidas durante os debates. “Estamos saindo de um sistema assistencialista para um modelo de integração com reconhecimento de direitos”, diz. Para ela, no Brasil o aprendizado deve ser mais disciplinador e as quotas têm esta função. Por isso, o debate sobre os limites desta disciplina também é válido.

Luiza considera que ainda não há solução imediata para a capacitação. Para ela, teoricamente o Estado tem esta obrigação, mas a ação das empresas e das ONGs para buscar soluções é positiva e deve ser intensificada. “Também as pequenas empresas estão nos procurando para cumprir a quota”, acrescenta.