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Curso prepara agentes públicos para combater pirataria em Guarulhos

Guarulhos, 09 de março de 2010

“Comprei uma camisa do Corinthians por R$ 25 na feira. O preço em loja é mais de R$ 150”, admitiu o empacotador EPPJ*, de 15 anos. Ele compra produtos falsificados, mesmo já tendo o aparelho de DVD danificado por quatro vezes após inserir itens piratas. A ação é a mesma do operador de caldeira José Cícero Neto. “Hoje temos que ver o preço mais barato e não a qualidade.” Para lutar contra essa mentalidade e aumentar a fiscalização acontecerá hoje na Associação Comercial e Empresarial (ACE) uma formação para agentes públicos da cidade sobre a pirataria.

O curso, ministrado em parceria pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), Associação Antipirataria Cinema e Música (APCM) e Ministério da Justiça, é destinado para representantes da Receita Federal, fiscais da Prefeitura de Guarulhos, policiais civis e militares, além dos guardas civis metropolitanos. A iniciativa ocorreu em 66 cidades no Brasil, sendo que é a segunda vez que acontece no município.

O Guarulhos Hoje foi à região Central e encontrou itens falsificados a preços bem mais em conta do que os originais. Os CDs musicais eram vendidos a R$ 5, sendo que três eram comercializados por R$ 10. Os preços eram os mesmos para os DVDs.

No caso dos CDs com programas de computador o valor mínimo era R$ 10. Mas não são somente CDs e DVDs que são falsificados. É possível encontrar, por exemplo, uma bolsa com a marca da Adidas por R$ 20, sendo que o valor da original é R$ 60.

De acordo com o coordenador do grupo de trabalho Antipirataria da Abes, Antonio Eduardo Mendes da Silva, é preciso realizar um trabalho de conscientização com a população para retirar a ideia de que os produtos piratas são mais viáveis por serem mais baratos. “Só de softwares o Brasil perde U$ 1,6 bilhão, o que faria o país arrecadar mais R$ 389 milhões em impostos. Além disso, se a pirataria caísse 8% nesse setor geraria 11,6 mil novos postos de trabalho diretos.”

De acordo com Silva, Guarulhos é um dos principais pólos de pirataria do Estado de São Paulo pela potencial econômico da cidade. “Queremos passar o conteúdo novamente para os agentes públicos, principalmente porque houve várias mudanças nos produtos falsificados nos últimos tempos. A ideia é combater também os produtos que parecem sofisticados, mas que não são originais e enganam o consumidor.”