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Construção: mau momento na Bolsa

Guarulhos, 22 de novembro de 2011

Depois de um boom de ofertas de ações de empresas de construção civil do segmento residencial na bolsa de valores – foram 24, entre operações iniciais e novas emissões entre 2006 e 2007 – o setor vem apresentando um desempenho pouco satisfatório neste ano.  Os preços de papéis de algumas das maiores construtoras do País têm acumulado queda maior que a do Ibovespa.

Segundo dados da empresa de informações econômicas Economatica, apenas duas construtoras do segmento residencial conseguiram oferecer bom retorno aos acionistas desde o primeiro dia útil do ano até 9 de novembro. Os papéis ordinários (ON) da Eztec valorizaram-se 8,5% nesse período, enquanto os da Helbor, subiram 7%. Os piores resultados vieram de Trisul, com queda de 60,6%, CC Desenvolvimento Imobiliário (-52,5%) e Gafisa (-49%).

Analistas atribuem esse cenário a um conjunto de fatores negativos. Para a equipe de pesquisa da Corretora Planner, por exemplo, os papéis do setor de construção estão sofrendo bastante por causa da volatilidade do mercado de ações: ora acumularam forte alta no mês, ora fecham o período no sentido oposto. Um exemplo dessa curva pode ser visto no desempenho dos papéis ordinários da MRV Construtora, que perderam 28,13% em setembro e recuperaram boa parte do valor em outubro, com alta de 25,65%. Elas figuraram na lista de maiores baixas e maiores altas da BM&FBovespa nos respectivos meses.

As causas do desempenho, no entanto, não estão apenas no nervosismo do mercado financeiro. Esse vaivém, na avaliação da Planner, começou no final do ano passado, quando os investidores passaram a olhar com ressalva as empresas do setor. As construtoras mostraram em seus balanços dificuldades para cumprir metas de lucro, lançamentos e vendas. Esses dados negativos acenderam o alerta entre os investidores.