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Cartões clonados no caixa eletrônico do próprio banco

Guarulhos, 26 de abril de 2002

Mais de 120 correntistas do banco Itaú na região de Perdizes foram vítimas de estelionatários que clonaram os seus cartões e realizaram saques e compras. Cada um foi lesado, em média, em R$ 3 mil, e o prejuízo inicial supera os R$ 300 mil. A clonagem foi feita por aparelhos chamados skimming, ou “chupa-cabra', como diz a polícia. Vários skimmings foram instalados nos caixas eletrônicos do banco. Investigadores do 23º DP trabalham no caso.

Funcionários do banco já foram ouvidos e ninguém foi preso.

Com cerca de 15cm por 10cm, o “chupa-cabra” é um equipamento fabricado na China, e chega ao Brasil por contrabando. Colocado perto de um cartão, ele registra os seus dados magneticamente. Mais tarde, o skimming decodifica esses dados e os repassa para um computador. Com programas específicos, as informações são novamente registradas magneticamente e armazenadas em outro cartão, o clone.

Foi o que aconteceu com pelo menos 120 clientes do banco Itaú. A polícia investiga como os “chupa-cabras” foram instalados dentro dos caixas eletrônicos sem que os responsáveis pela manutenção tenham percebido.

Outra dúvida é como os estelionatários tiveram acesso às senhas das vítimas.

Muitas vezes, os criminosos conseguem esses dados instalando câmeras de vídeo nos caixas eletrônicos. A polícia não descobriu nada nesse sentido. O Itaú não quis comentar o caso, mas já informou que arcará com os prejuízos dos correntistas.

A clonagem de cartões, juntamente com o uso de cheques de terceiros e furtos pela Internet, representam metade do total de crimes relacionados a bancos, segundo levantamento do coronel da reserva da PM Paulo César Fontes – criador de um sistema que esmiúça dados de boletins de ocorrência, criando estatísticas que orientam a polícia na zona oeste da capital e em outros Estados.