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Cadastro positivo do BC chega em março

Guarulhos, 06 de janeiro de 2004

ArteA partir de março, bancos, financeiras e cooperativas autorizadas pelo Banco Central (BC) a operar com crédito terão um aliado de peso. Naquele mês, começa a funcionar o cadastro positivo elaborado pelo governo. O cadastro funcionará como uma espécie de um sistema de proteção ao crédito, com um diferencial. Enquanto hoje as consultas mostram o histórico negativo do consumidor, isto é, se ele atrasou ou deixou de pagar empréstimos tomados no mercado, o cadastro positivo, como o próprio nome sugere, mostra o histórico do bom pagador.

O cadastro positivo não é uma bandeira única do governo. A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), junto com o varejo, defende há algum tempo, sua adoção pelo mercado como medida fundamental para baixar o custo das operações de crédito.

Com um risco menor, “oferecido” pelo cadastro positivo com base nas informações sobre os bons consumidores, bancos e financeiras têm todas as condições de reduzir o custo do dinheiro que emprestam.

Para baixo – Na opinião do secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, o desenvolvimento do cadastro positivo terá como resultado uma diminuição dos juros cobrados nos empréstimos.

Pelo cadastro positivo do BC, em vigor oficialmente em março (o sistema está em fase de testes), bancos, financeiras e cooperativas terão de enviar, todo mês, informações sobre suas carteiras de crédito.

Com base nesses carteiras, o BC montará uma rede de informações positivas sobre os consumidores que pagam em dia suas dívidas. As informações irão respeitar o sigilo do consumidor, na medida em que ele será identificado apenas por seu CPF e não pelo nome, garante o BC.

Os dados sobre os bons pagadores serão disponibilizados pelo BC na internet, em uma área restrita, consultada apenas pelos bancos e financeiras autorizadas pelo BC e, importante, somente se o cliente fornecer autorização para a consulta, no momento em que está solicitando o empréstimo.

Só os empréstimos acima de R$ 5 mil estarão sendo monitorados pelo Banco Central. A expectativa inicial é atender 15 milhões de consultas por mês. O que equivale a 20 vezes mais do que a média de 700 mil por mês atual, segundo Cornélio Farias Pimentel, chefe-adjunto do Departamento de supervisão Indireta do Banco Central, área responsável pela elaboração e supervisão do cadastro positivo do governo.

Roseli Lopes