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Brasileiro desconhece a CPMF

Guarulhos, 09 de julho de 2007

A maioria dos brasileiros não sabe que o governo cobra 0,38% sobre toda transação bancária feita — seja para pagar contas, impostos ou saques

A cobrança, feita na forma da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), é desconhecida para 58% da população, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, a pedido do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). A contribuição, que como o próprio nome sugere é provisória, pode se tornar permanente se for aprovada emenda constitucional no congresso que quer transformá-la em imposto. Na contramão, grupos de empresários e de parlamentares têm feito campanhas pelo fim da CPMF.

A pesquisa do Ciesp, que teve como base mil entrevistados de nove regiões metropolitanas do País, mostra que a maioria (69%), apesar de desconhecer a contribuição, acredita que ela “encarece muito” o preço de venda dos produtos consumidos. Esse mesmo percentual de entrevistados (69%) revela, na pesquisa, que o governo deveria acabar de uma vez com a CPMF. Outros 18% afirmaram que o executivo deveria reduzir a taxa de 0,38% gradualmente até eliminar a contribuição por completo.

O desconhecimento a respeito da CPMF é maior entre a baixa renda. O levantamento aponta que, enquanto entre as classes D/E e C, respectivamente 70% e 54% dos entrevistados não conhecem a cobrança, nas classes A/B, apenas 29% disseram desconhecer a contribuição. Entre as regiões, o Nordeste é o que concentra o maior número (79%) de entrevistados que não sabiam da existência da cobrança.

Movimentos que pedem o fim da contribuição provisória estão espalhados pelo País. Na semana passada, a Assembléia Legislativa de São Paulo lançou a Frente Parlamentar contra a CPMF. A criação da frente foi uma reação à movimentação existente em Brasília para transformar a contribuição em imposto, e assim, se tornar permanente. Pela Constituição Federal, a CPMF perde a validade em dezembro deste ano.

Mas é consenso que dificilmente o governo deixe de estender o prazo de validade da contribuição. Só neste ano, estima-se que a CPMF levará aos cofres públicos R$ 35 bilhões.

Outra campanha contra a prorrogação da contribuição provisória foi batizada de “Xô, CPMF!”. O movimento já tem o apoio de 60 entidades.