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Banespa vai congelar salários de funcionários por 3 anos

Guarulhos, 23 de novembro de 2001

Pouco mais de um ano depois da venda do Banespa para o Santander, os funcionários do banco assinam amanhã o primeiro acordo coletivo do período pós-privatização. Temendo novas demissões -já que o novo Banespa reduziu de 22,5 mil para 16 mil o número de funcionários-, os bancários trocaram o reajuste salarial por garantia de emprego. O novo acordo coletivo abre brecha para o banco congelar os salários por até três anos.

Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, este é um “acordo de transição” de banco estatal estadual para banco privado, “resultante de um longo processo de negociação”.

De acordo com as regras do acordo coletivo, os funcionários do Banespa terão reajuste salarial apenas se a inflação for superior a 9,8%. Na prática, os banespianos terão reajuste zero, já que a inflação prevista para o ano é de 7%. O índice do reajuste também está condicionado à inflação. Pelos termos do acordo, o reajuste será equivalente ao índice que exceder os 9,8% de inflação.

O acordo de congelamento salário tem vigência de dois anos, podendo ser prorrogado por mais um ano. Isso significa que os funcionários do Banespa ficarão sem aumento neste período, já que as metas de inflação para os próximos anos são menores que 9,8%.

Em troca do congelamento de salários, o banco se compromete a garantir o emprego dos funcionários até 31 de outubro de 2002.

O acordo prevê, entre outras coisas, pagamento de abonos de R$ 1.500 (depois de 15 dias da assinatura do acordo) e R$ 1.050 (em setembro de 2003); prorrogação do patrocínio do Banesprev até 2004 (o patrocínio acabaria em maio de 2002); comissão paritária para discutir a Cabesp e PLR (participação nos lucros e resultados) de 80% do salário mais um valor fixo de R$ 500.