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Atividade industrial subiu 6,1% no ano passado

Guarulhos, 31 de janeiro de 2008

A atividade industrial paulista cresceu 6,1% no ano passado em comparação com 2006, no melhor resultado desde 2004, quando o Nível de Atividade da Indústria (INA) se expandiu 13,5%. O resultado superou as expectativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), responsável pelo indicador, que esperava 5% ante 2006.

“Na verdade, no começo de 2007 apostávamos que a indústria não cresceria mais que 3,5%”, disse o diretor adjunto do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Walter Sacca. Em 2005, o INA teve alta de 3,8% ante 2004; em 2006, de 3% sobre 2005.

O mercado interno foi o grande responsável pelo bom comportamento da atividade industrial, com o aumento da renda média do trabalhador e do volume de crédito. Em função disso, segundo Sacca, mesmo que a atividade econômica nacional não cresça em 2008, por inércia o Produto Interno Bruto (PIB) do País poderá se expandir 2,5%, e a atividade industrial, 5%. “O Banco Mundial afirmou que, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o PIB poderá crescer um ponto percentual, mesmo sem esforço nenhum do governo. Somado aos 2,5% de inércia, daria um PIB mínimo para o País de 3,5%, mas apostamos em algo como 5%”, disse. O diretor do Depecon destacou que a indústria paulista só não se expandirá acima dessa projeção porque a taxa de câmbio é desfavorável à atividade.

De acordo com Sacca, todas essas estimativas já levam em consideração os efeitos da crise do mercado imobiliário nos Estados Unidos. “Deve haver recessão em um trimestre nos EUA, mas não no ano todo. O PIB norte-americano deve crescer 1% neste ano. Isso significa que eles vão continuar comprando do resto do mundo, mas não nos níveis dos anos anteriores”.

Outra pesquisa da entidade, a Sensor, mostra que os empresários estão otimistas, e 77,8% deles pretendem aumentar os investimentos neste ano. Os outros 22,2% vão investir o mesmo que em 2007. Ninguém respondeu que diminuirá os projetos de expansão.

Quanto ao fato de o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ter ficado em 81,9% em dezembro, não há motivo para preocupações. Segundo Sacca, o Nuci abaixo de 85% não oferece problemas. Apenas alguns setores mostram-se mais apertados em produção, tais como metalurgia básica (Nuci de 90,4%) e refino de petróleo e combustível (93,8%). “Uma usina de petróleo está sendo construída em Pernambuco, e isso já acabará com o problema. A metalurgia vem crescendo muito, mas é um setor dinâmico, com condições de investir e crescer rápido para atender a uma explosão de demanda, se necessário”, disse.