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Alento na crise: cresce investimento estrangeiro no País

Guarulhos, 23 de junho de 2015

Pelo menos em maio, a aplicação de recursos de empresas estrangeiras no setor produtivo brasileiro – relação que é medida pelo Investimento Direto no País (IDP, antes chamado de IED) – foi suficiente para cobrir o rombo nas contas externas. No mês citado, esses investimentos foram de US$ 6,6 bilhões e o déficit das transações correntes somou US$ 3,4 bilhões.

O dado positivo dos investimentos diretos no país surpreendeu o mercado – que estimava, segundo as projeções de especialistas, um resultado entre US$ 3,7 bilhões a US$ 4,5 bilhões. Até o próprio Banco Central, que é quem divulga essa estatística, esperava que os investimentos estrangeiros fossem menores, em torno de US$ 4 bilhões.

A projeção havia sido feita com base nos números apurados até 22 de maio, quando o País havia recebido US$ 2,8 bilhões em recursos externos. Em abril, Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, enfatizou que, com a nova metodologia de cálculo do IDP, houve uma profunda alteração nas estatísticas por causa da alteração de conceito relativo a empréstimos “intercompanhias”.

Agora, é computada como IDP dentro do conceito de “internacionalização” de recursos de “fora para dentro”. “Não importa se a filial é brasileira ou não. O importante é de onde estão vindo os recursos”, diz Maciel.

Para Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo (entidade parceira da ACE-Guarulhos), o resultado do IDP é alentador e mostra que o pessimismo tem sido maior dentro do próprio país. “Com o dólar no atual patamar, o Brasil está sendo considerado barato. O bom resultado do Investimento Direto, no entanto, ainda não é o suficiente para cobrir o déficit das contas externas”, diz.

O diretor de Comércio Exterior da ACE-Guarulhos, José Roberto Vitorelli, concorda. “Os investimentos refletem a desvalorização do Real frente ao Dólar. Por outro lado, não podemos esquecer que temos um grande passivo pela saída dos investimentos nos últimos meses e, com a previsão de ajustes, creio que os aportes de mais investimentos não devem ser tão crescentes como nos anos anteriores”, aponta.

“Para Guarulhos não vemos muitos impactos positivos, pois temos uma economia essencialmente doméstica, apesar de alguns grandes exportadores de equipamentos, medicamentos, autoparts etc.”, lembra. “O importante, no entanto, é manter o otimismo, de maneira realista, sem perder de vista o crescimento de alguns setores da economia, como o e-commerce.”

(Com informações do Diário do Comércio)