Notícias

Confiança do consumidor despenca

Guarulhos, 08 de fevereiro de 2013

O consumidor brasileiro começou 2013 menos otimista do que havia iniciado o ano passado. É o que mostra o Índice Nacional de Confiança (INC), apurado pelo Instituto Ipsos para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Em janeiro, o indicador ficou em 161 pontos, patamar inferior aos 178 pontos registrados no primeiro mês de 2012. O INC de janeiro ficou estável em relação a dezembro.

O otimismo está mais contido por causa da piora das expectativas dos entrevistados para os próximos seis meses (veja detalhes no quadro). O noticiário negativo deste início de ano, com projeção de crescimento menor da economia e aumento da inflação, leva mais pessoas a dizer que esperam situação financeira futura melhor e segurança no emprego.

Em janeiro de 2012, os prognósticos para a atividade econômica brasileira e de acomodação da inflação haviam favorecido o otimismo – tanto que o INC de 178 pontos foi recorde na série.

Em janeiro passado, os mais otimistas eram os consumidores da classe C (INC de 165 pontos), seguidos pelas classes A/B (153 pontos) e D/E (145 pontos). Nos dois primeiros casos, o otimismo diminuiu na comparação com dezembro, ao contrário do que ocorreu com as classes de menor renda. “O otimismo das pessoas da classe D/E provavelmente refletiu os aumentos do salário mínimo e das transferências de renda por programas governamentais”, disse o economista da ACSP Emilio Alfieri.

Embora o otimismo em geral esteja mais moderado do que há um ano, na avaliação de Alfieri o cenário ainda é favorável. “As pessoas estão mais contidas, mas não há aumento da percepção de desemprego, por exemplo, o que é muito positivo”, observou. Faz parte da pesquisa, feita com mil pessoas em todo o País, a pergunta sobre a quantidade de pessoas desempregadas que o entrevistado conhece.

Em janeiro, na média, esse número ficou em 3,2, praticamente o mesmo patamar de dezembro e de janeiro o ano passado (3,3). Essa percepção acompanha o resultado da mais recente pesquisa de trabalho do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que registrou em dezembro taxa de desemprego de 4,6% da População Economicamente Ativa (PEA), o nível mais baixo da série.

Considerando as regiões do País, os consumidores mais otimistas estão no Norte e Centro-Oeste (INC de 193 pontos); em seguida vieram Sul (177 pontos), Sudeste (160 pontos) e Nordeste (148 pontos). Na opinião de Alfieri, o otimismo no Norte e no Centro-Oeste pode estar relacionado à perspectiva de uma excelente safra agrícola.