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Pequenas empresas crescem 13%

Guarulhos, 12 de abril de 2010

As micro e pequenas empresas (MPEs) de São Paulo tiveram desempenho positivo em fevereiro de 2010, na comparação com igual mês de 2009. Conforme uma pesquisa do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a receita dos empreendimentos cresceu pela quinta vez consecutiva, atingindo alta de 12,9% no período – o que confirma a recuperação do setor frente à crise financeira mundial. No primeiro bimestre do ano ante os dois primeiros meses de 2009, a expansão foi de 9,6%. Para março, 35% dos donos de MPEs esperam realizar novos bons negócios.

De acordo com o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Ricardo Tortorella, o resultado do estudo está associado à retomada das atividades das empresas de micro e pequeno portes: “O ritmo é de recuperação econômica. É um momento oportuno para ampliar o ambiente favorável aos pequenos negócios, com instrumentos como desburocratização, microcrédito e políticas de compras governamentais”.

Ele diz que, analisando os dados, é possível afirmar que o desempenho dessas empresas voltou ao mesmo patamar de antes da crise. “Quando comparado à base fraca do ano anterior, no auge da crise, o crescimento é expressivo. Mas vale destacar que o bom desempenho vem sendo contínuo. Na evolução de janeiro para fevereiro de 2010, o faturamento teve alta de 2,3%”, afirma.

Otimismo –
O cenário é mesmo otimista. Em fevereiro deste ano, todos os setores  apresentaram bons resultados. A indústria, por exemplo, registrou faturamento 22,4% maior, seguido pelas atividades de comércio (10,7%) e serviços (10,5%). O índice é referente a igual período de 2009, quando a economia brasileira sentia o impacto negativo da crise financeira mundial.

“Mesmo assim, as micro e pequenas empresas foram responsáveis por um milhão de empregos. Neste ano, a criação de postos de trabalho no setor deverá ser ainda maior”, diz Tortorella.

Ainda segundo a pesquisa, 52% dos entrevistados esperam manter o nível de receita dos negócios nos próximos seis meses. Em março de 2010, a proporção dos informantes que não souberam avaliar o futuro da empresa foi de 11%, ante o índice de 6% constatado no mês de fevereiro.

Para o consultor do Sebrae-SP, Pedro Gonçalves, “é provável que a tendência de aumento da taxa básica de juros (Selic) e as turbulências nas economias do sul da Europa tenham contribuído para esse aumento no nível de incerteza”.

Apesar disso, os empresários se mantiveram otimistas quanto à economia: 88% deles acreditam em manutenção ou melhora do nível de atividade econômica nos próximos meses. No total, a receita das pequenas empresas ficou avaliada em R$ 21,8 bilhões.  A estimativa do faturamento médio por negócio em fevereiro de 2010 foi de R$ 16,5 mil.

Dentre as regiões pesquisadas, o interior de São Paulo registrou o melhor desempenho no comparativo de fevereiro entre 2009
e 2010, com aumento de 14,5% no faturamento. Na sequência aparecem o município de São Paulo (13,3%), a Região Metropolitana de São
Paulo (11,4%) e o Grande ABC (10,7%).

Pesquisa –
Em São Paulo, existem atualmente 1,3 milhão de micro e pequenas empresas, 98% do total são empresas formais, que ocupam de cinco a seis milhões pessoas, ou 67% do pessoal ocupado no setor privado. Para o índice do Sebrae, foram entrevistados proprietários de 2.716 (MPEs), em parceria com a Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade).