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Consumidor otimista e pronto para gastar mais

Guarulhos, 24 de dezembro de 2009

O Índice Nacional de Confiança (INC), medido pela consultoria Ipsos Public Affairs para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), alcançou 146 pontos neste mês, o melhor resultado dos últimos quatro anos. O indicador, em recuperação desde maio deste ano, ultrapassou os 140 pontos registrados em setembro do ano passado, quando eclodiu a crise mundial. Em dezembro de 2008, estava na casa dos 145 pontos. “O desemprego não assusta mais o consumidor e a perspectiva futura do emprego é vista com bastante confiança”, disse o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti. Em relação ao mês anterior, o INC deu um salto de oito pontos.

Seguros quanto à manutenção dos empregos – 39% dos entrevistados estão mais confiantes em relação a esse item ante os 31% menos confiantes –, as pessoas sentem-se mais confortáveis para adquirir eletrodomésticos, como relataram 44% dos entrevistados. Outros 31% informaram estar menos seguros para assumir novas dívidas. Na última medição do ano, 50% das pessoas ouvidas  acreditam que a economia ficará  mais forte nos próximos seis meses. Para 11%, no entanto, a retomada será menos intensa.

Entre os entrevistados de todas as classes sociais, 4% conhecem alguém que perdeu o emprego. Esse índice era de  3,9% em novembro deste ano. Para Emílio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da ACSP, o pequeno aumento “pode ser interpretado como uma ligeira percepção, por parte do consumidor,  de alta no desemprego”. As chances de perder o emprego nos próximos seis meses, entretanto, são muito pequenas para 39% da pessoas, enquanto 20% acreditam que as possibilidades são maiores.

Campeões – Os integrantes da classe C, com 156 pontos, foram os mais otimistas, seguidos pelas classes A/B, com 142, e D/E, com 136. Para Alfieri, essa situação pode ser explicada pelo fato de as pessoas de menor poder aquisitivo serem as mais beneficiadas pelo alongamento dos prazos para pagar as compras. Com isso, as prestações cabem no orçamento familiar, entre dois e três salários mínimos. “A parcela de uma geladeira, em torno de R$ 65, tornou-se viável para essa classe”, disse o economista.

Segundo Alfieri, a pesquisa mostra que  a classe com mais desejo de comprar é a D, mas essas pessoas ainda enfrentam  dificuldades para conseguir financiamento. “Para atender a esses consumidores, o sistema financeiro precisa dobrar o número de prestações para que a renda seja compatível com o desembolso mensal.”

Por regiões, a Sul é a mais otimista, com 166 pontos, seguida pela Norte e Centro-Oeste, ambas com 159, a Sudeste, com 148, e a Nordeste, com 123 .

A pesquisa ACSP/Ipsos realiza 1  mil entrevistas domiciliares por mês, em nove regiões metropolitanas e 70 cidades do interior. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O Índice varia de zero a 200 pontos. Acima de 100 pontos , o indicador aponta otimismo e abaixo de 100, pessimismo.