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Expedição Rios de São Paulo chega a Guarulhos e comprova morte do Tietê

Guarulhos, 10 de setembro de 2009

A expedição Rios de São Paulo, organizada pela Rede Globo e pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas, que criaram um flutuador que mede a quantidade de oxigênio na água, chegou ontem a Guarulhos pelo rio Tietê, na divisa com os municípios de Itaquaquecetuba e São Paulo, depois de mais de uma semana por dentro do rio, desde sua nascente. Em Guarulhos, de acordo com a medição realizada por volta das 11h de ontem, a oxigenação da água era de 0,3, índice que demonstra que não há qualquer vida em seu curso.

Recentemente, Guarulhos foi considerada pela Sabesp e pelo governo do Estado como uma das principais responsáveis pela poluição do Tietê, devido à falta de tratamento do esgoto, que é jogado in natura no rio. Porém, a cidade não é a única vilã da história. O nível de oxigenação da água começa a ficar péssimo a partir de Mogi das Cruzes – logo após a nascente, localizada no município de Salesópolis.

O nível de oxigenação em Mogi, responsável por despejar uma grande quantidade de lixo no Tietê, foi de apenas 2,2. Na região de Suzano, praticamente o rio não possui mais vida e o nível de oxigenação caiu para 0,05, ou seja, quando chega em Guarulhos o Tietê já está morto. A viagem está sendo acompanhada pelo aventureiro Dan Robson, responsável por levar o aparelho pelo percurso, que deve seguir pelo rio Tietê por toda sua extensão.

Segundo cálculos da Sabesp, o Tietê recebe anualmente 365 milhões m³ por ano de esgotos. Guarulhos contribuiria com 10% deste total. No entanto, o município vem trabalhando junto ao governo federal para conseguir recursos. Por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Saneamento, o município vai investir mais R$ 92,7 milhões no Programa de Tratamento de Esgoto de Guarulhos, cujas obras estão em execução desde janeiro de 2008, porém o início do repasse está vinculado ao cronograma estabelecido pelo Ministério das Cidades, segundo Instrução Normativa. Considerando os valores destinados em 2007 também pelo PAC, serão investidos R$ 318 milhões em obras de esgotamento sanitário, com foco no tratamento de esgoto.

Este novo repasse está associado ao cumprimento do cronograma de obras do Programa de Tratamento de Esgoto. Esse programa vai viabilizar a construção de cinco Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), além da utilização da ETE São Miguel, pertencente ao Sistema Metropolitano. Os R$ 92,7 milhões vão complementar os investimentos necessários para a construção das ETEs São João e Bonsucesso. De acordo com o Saae, até o momento, foram investidos R$ 39,5 milhões do PAC Saneamento.