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2007 foi o melhor ano para o comércio paulista

Guarulhos, 13 de fevereiro de 2008

Reposição salarial acima da inflação, melhora do emprego e crédito em expansão foram os fatores que fizeram de 2007 o melhor ano para o comércio paulista desde 2003. No ano passado, o setor teve crescimento real no faturamento – já descontada a inflação – de 8,6% em relação a 2006. “Alimentos, vestuário e calçados, itens ligados diretamente à melhora da renda, favoreceram a forte expansão do comércio”, disse Marco Aurélio Bedê, coordenador do Observatório das Micros e Pequenas Empresas (MPEs) do Sebrae-SP, que divulgou ontem o balanço anual da pesquisa Indicadores Sebrae-SP.

De acordo com Bedê, foi o comércio que liderou a recuperação das MPEs em 2007, que tiveram expansão de 4%, já que o desempenho do setor ficou muito acima do registrado pela indústria (1,7%). A Korai Cosmética, localizada em Moema, é uma exceção. A empresa terminou 2007 com crescimento nominal de 40%. Segundo Vanessa Fernandez Mayo, diretora da empresa e engenheira química, o resultado se deu pela ampliação no número de perfumarias atendidas, e principalmente por causa de um contrato assinado com as Lojas Renner para desenvolver a linha Alquimia Sexy, vendida com exclusividade na rede. “Também inauguramos em novembro uma loja própria para trabalharmos melhor a marca Korai. E as vendas nos surpreenderam”, disse.

Em cima da onda
– Vanessa acredita que em 2008 a empresa terá um crescimento um pouco menor do que o do ano passado, cerca de 20%, devido aos investimentos para a consolidação do ponto-de-venda, ampliação da linha de cosméticos para cabelos e ao desempenho da marca em outras perfumarias. Assim como ela, empresários ouvidos pelo Sebrae-SP estão otimistas em relação ao próprio negócio. De acordo com a pesquisa Indicadores Sebrae de janeiro, 43% dos empreendedores acreditam em aumento da receita neste ano, e 47% estimam que o faturamento se manterá estável.

A opinião é compartilhada pelo próprio Sebrae, cuja expectativa para 2008 é de um novo crescimento de 4% no faturamento real das micros e pequenas empresas. “Como o cenário aponta para a manutenção dos fatores que favoreceram as MPEs em 2007, acredito que não haverá grandes mudanças. Nem o Imposto sobre Operação Financeira (IOF) deverá causar grandes turbulências na questão do crédito. Portanto, não há nada que atrapalhe nossas previsões para o ano”, afirmou Bedê.

Queda – Dos setores analisados pelo Sebrae-SP, apenas o de serviços teve desempenho negativo, uma queda de 3% no faturamento no ano passado. De acordo com Bedê, embora o setor também esteja diretamente ligado à melhora da renda, a grande concorrência vivida pelo segmento, principalmente na Região Metropolitana de São Paulo, joga os preços para baixo, colaborando para a retração da receita.

“Isso não significa que houve queda na demanda por serviços. Tanto é assim que no interior do estado, as MPEs de serviços encerraram o ano com alta de 11,6% sobre 2006, seguidas empresas de comércio (8,9%) e indústria (1%)”, finalizou Bedê.