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Aluno de Taipas tem acesso à tecnologia

Guarulhos, 28 de fevereiro de 2007

É difícil acreditar, mas a Escola Municipal Ernani Silva Bruno – mesmo situada na Cohab Brasilândia, próxima à Parada de Taipas, Zona Norte, região com os mais altos índices de violência da Capital – se tornou modelo em segurança e gestão democrática no uso dos equipamentos tecnológicos como gravadores, computadores e filmadora.

E é por essa razão que essa escola é uma das cotadas para participar do programa Um Computador por Aluno (UCA), do Ministério da Educação (MEC), que vai possibilitar que cada aluno dessa região periférica da Capital tenha acesso à internet por meio de um laptop produzido exclusivamente para o uso educativo.

A direção da escola nega qualquer tipo de especulação em relação a sua participação no projeto, mas fontes ouvidas pelo JT afirmam que a Emef Ernani Silva Bruno está entre as escolas cotadas para a realização do projeto.

Gestão democrática – Segundo Solange Sola Selofite, professora de geografia que dá aulas desde 1995 na Emef, a chegada do diretor Antônio Francisco de Paula Filho há 5 anos e a participação no Educom.rádio – projeto que capacita professores e alunos de escolas municipais da Capital para o uso educativo de produções midiáticas como rádio e jornal – foram fatores fundamentais para que os alunos criassem vínculos com a escola. “Com a vinda do diretor Antônio, a escola ficou mais aberta e integrada à comunidade. E, no mesmo período, a equipe pedagógica se engajou na produção de programas de rádio coletivos, o que fez com que os alunos se apropriassem naturalmente dos equipamentos da escola”, conta a professora.

Solange ressalta que a comunidade local respeita a escola. “Nunca tivemos casos de violência nem roubo de equipamentos aqui. Muitos alunos chegam a levar para casa os gravadores quando precisam produzir os programas de rádio e sempre devolvem. O uso é bem democrático, nada fica trancado.”

Segundo o diretor Antônio, outro segredo do sucesso da Emef Ernani Silva Bruno é que cerca de 60% dos professores são tão envolvidos com o projeto pedagógico a ponto de não deixarem a escola. A professora Solange é uma delas. “Eu já poderia ter pedido remoção, mas não abandono essa escola por nada.”

Ler e escrever – No entanto, o diretor Antônio diz que ainda há dois grandes desafios a serem vencidos. “Aproximar os pais da escola e melhorar os índices de desempenho de nossos alunos nas avaliações nacionais de aprendizagem como a Prova Brasil.”

Para isso, a partir deste ano a escola inicia um projeto de leitura para todas as séries. “A cada ano daremos ênfase a um gênero literário. Assim, quando nossos alunos terminarem o Ensino Fundamental, estarão familiarizados com todos os gêneros . Nosso maior objetivo é dar sentido ao que se escreve”, conclui o diretor Antônio.