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Entidades farão ato na cidade contra corrupção

Guarulhos, 30 de junho de 2005

Ato público será realizado dia 8 de julho, às 10h, na sede da OAB, com passeata pelas principais ruas do Centro

Os sindicatos dos Metalúrgicos e Químicos de Guarulhos, a Força Sindical, a Ordem dos Advogados do Brasil (subseção Guarulhos), associações empresariais e outras entidades, informaram em coletiva à imprensa nesta quarta-feira, dia 29, na sede da OAB, que realizarão ato contra a corrupção e por mudanças na política econômica no dia 8 de julho.

Para explicar as propostas deste ato, participaram da coletiva o presidente da OAB-Guarulhos, Airton Trevisan; Daniele Pestelli, diretor titular do Ciesp-Guarulhos; presidente do PPS local, Abdo Mazloum; presidentes dos sindicatos dos Metalúrgicos e Químicos de Guarulhos, José Pereira dos Santos e Antonio Silvan, respectivamente; e Amauri Rodrigues dos Santos, representante da Força Sindical Regional e do Sindicato dos Vigilantes de Guarulhos e Região.

O ato será realizado a partir das 10h, na sede da OAB (rua Luiz Faccini, 394 – Centro), seguido de passeata pelas principais ruas do Centro. Em seguida ao ato, o comando do movimento fará uma carta de repúdio aos últimos acontecimentos políticos no País, que será encaminhada a Brasília.

O presidente da OAB-Guarulhos, Airton Trevisan, ressalta que não se trata de oposição, mas de garantir a governabilidade do País. “Nosso objetivo é manifestar a indignação da sociedade com tudo o que está acontecendo. Nossa proposta  não é político-partidária, e com o amadurecimento das instituições serão feitas as apurações e as punições aos culpados”, afirma Trevisan, que convidará outros segmentos para somar-se ao ato, entre eles os Poderes Legislativo e Executivo, funcionários do Fórum e das demais subseções da OAB.
O diretor titular do Ciesp, Daniele Pestelli, informa que já existe uma discussão interna sobre a questão e que haverá uma mobilização em Campinas no dia 7 de julho para alertar a sociedade.

Segundo Pestelli, o setor está preocupado com os últimos acontecimentos. “O Brasil, que havia conquistado uma posição de destaque em sua estrutura industrial entre os países do Terceiro Mundo, pode declinar se esse processo político atual não for desacelerado”. O diretor do Ciesp observa que no final de 2004, algumas “chagas” assolam o País: os tributos, os juros, a queda do dólar e a corrupção. “Temos que lutar fortemente contra a corrupção. Se o Brasil sofrer um colapso na economia, neste momento, irá perder mais uma década de desenvolvimento econômico e estará criado o caos. Quem paga os impostos são os contribuintes, que precisam ser respeitados”, alerta Pestelli, que pretende chamar segmentos ligados à indústria e ao comércio para o ato de 8 de julho.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, José Pereira dos Santos, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conhece os problemas do País, e sua preocupação é com quem o cerca. “Tivemos o exemplo da Erundina na prefeitura de São Paulo. As dificuldades que o partido impõe do político fazer sua própria política nem sempre ajuda. Minha preocupação aumentou quando o presidente Lula se aliou a Antonio Carlos Magalhães e a José Sarney. Por isso, estamos convidando a sociedade para participar do ato e mostrar a indignidade do povo.
Já o presidente do Sindicato dos Químicos, Antonio Silvan, disse que é inadmissível ouvir do presidente que ele é uma das pessoas mais honestas do País se ele não gerencia sua “casa” com competência.

“Precisamos das duas forças vivas mais importantes: capital e trabalho, que sustentam esse País. Guarulhos não pode ficar de fora. Se esse processo continuar, quem paga a conta?”, questiona.

O presidente do PPS, Abdo Mazloum, defende o afastamento de envolvidos em corrupção nas apurações. “Como se apura qualquer ato com o próprio réu apurando e julgando. No caso da sonegação da Schincariol uma megaoperação policial foi buscar o responsável em sua própria residência. Em relação aos atos de corrupção denunciados não se tem a mesma ação. Por quê?”, pergunta Mazloum, que lamenta haver inversão de papéis. “O povo tem que buscar os esclarecimentos”, ressalta.

Lourdes Dias