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Telemarketing deve empregar 60 mil pessoas no País em 2005

Guarulhos, 16 de março de 2005

Ser bom comunicador, conhecer as normas gramaticais, estar aberto a novas experiências, ter espírito de equipe, ser criativo, ter facilidade de se adaptar a mudanças, ser capaz de assimilar informações rapidamente e ter poder de negociação e persuasão são características que formam o novo perfil do operador de telemarketing. São pessoas com essas qualidades que vão ocupar os cerca de 60 mil postos de trabalho que deverão surgir este ano em todo o País, segundo dados da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT). Em 2004, o setor de callcenter foi o que mais gerou empregos: estima-se que 55 mil vagas.

A mudança do perfil do candidato veio acompanhada de uma nova maneira de encarar a função de operador de telemarketing. Nos últimos dez anos, segundo o vice-presidente executivo da Teleperformance, Leonardo Liggieri, o telemarketing passou a ser visto como uma profissão, uma atividade comum, que oferece oportunidade de crescimento profissional e, para muitos jovens, é a chance do primeiro emprego. Por meio do telemarketing, esses profissionais conhecem a tecnologia, aprendem a trabalhar em grupo e se especializam em atendimento ao cliente.

O universo dos operadores de telemarketing é formado por jovens com idade entre 18 e 25 anos, que correspondem a 90% dos trabalhadores. Os outros 10% são pessoas acima de 40 anos. Cerca de 65% são mulheres. Para 45% dos profissionais, trata-se do primeiro emprego, segundo dados da ABT.

Ponto forte

Entre as vantagens de ser um operador de telemarketing hoje estão o horário de trabalho flexível (período de quatro e seis horas) – o que possibilita realizar outras atividades – e o desenvolvimento de habilidades importantes para qualquer área, como facilidade de se comunicar, poder de persuasão e negociação, dinamismo, raciocínio rápido e inteligência emocional.

Essa transformação é um reflexo da necessidade de diferenciar a prestação de serviços e, também, do aumento considerável da quantidade de empresas competindo neste segmento. Todas com dois objetivos na cabeça: agilizar o atendimento e fidelizar o cliente.

Nesse ponto, o operador é peça fundamental, pois é através dele que a imagem da empresa é formada. “É preciso ter um conhecimento técnico para alguns atendimentos, já que o operador representa uma marca, um produto”, diz a psicóloga e coordenadora de Recursos Humanos da TMS Callcenter, Andréa Fonseca.

Novas exigências, aliadas às ferramentas sofisticadas disponíveis para o segmento, foram fundamentais para a profissionalização do setor. Elas permitem monitorar o rendimento de cada operador, dando um feedback imediato e assim, melhorar os resultados. “Há cobrança o tempo todo para o cumprimento de metas, o que gera muito estresse”, informa a gerente de operação, Sônia Magalhães, que há sete anos começou a trabalhar como operadora de telemarketing na Teleperformance. Com a criação de um plano de carreira na empresa, ela conseguiu sucesso profissional.

Complemento

O plano de carreira é um dos recursos que as empresas de callcenter estão implantando para reter os bons profissionais. Dentro dessa filosofia, um operador de telemarketing pode chegar a gerente de contas, se tiver bom desempenho e, principalmente, gostar do que faz. “O crescimento profissional acontece, é gratificante, mas não é rápido. Exige muita dedicação e paciência”, enfatiza Sônia.

Embora as exigências tenham aumentado, o que não mudou muito foi o salário. A média continua cerca de R$ 500 por um período de seis horas. Esse valor varia de acordo com o atendimento: o bilíngüe recebe, em média, R$ 950. No Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), o salário médio é R$ 700 e para vendas técnicas pode chegar a R$ 1.200 com porcentagem.

Luciana Reis