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Janeiro de festa para micro e pequenos empresários

Guarulhos, 11 de março de 2005

O micro-empresário Fábio Mazzon Sacheto, diretor da Florus, indústria de cosméticos, tem bons motivos para comemorar este início de ano. A empresa aumentou o faturamento no mês de janeiro em cerca de 8% sobre dezembro, contratou mais um funcionário para a produção e sub-contratou outros quatro para formatar um programa de franquias. “Considerando que encerramos 2004 com 14 funcionários, essas contratações significam um crescimento de pelo menos 20%”, afirma Sacheto. E ele não está sozinho.
De acordo com os Indicadores do Sebrae-SP, o faturamento real das micro e pequenas empresas paulistas aumentou 2,6% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Outro destaque foi o aumento de 0,6% no pessoal ocupado sobre dezembro, o que representou 29 mil novas vagas. Na comparação com janeiro de 2004, o emprego acumula alta de 3,4%, ou 155 mil vagas. E os gastos com salários reais subiram 9% em igual período.

“A criação de vagas em um mês imediatamente após as festas natalinas é algo que não acontecia desde 2000. O resultado do faturamento também é o melhor desde janeiro de 2001”, afirma Marco Aurélio Bedê, coordenador de Pesquisas Econômicas do Sebrae-SP.

Expectativas – Otimista, ele acredita que as contratações no mês, em que tradicionalmente ocorrem demissões, refletem a expectativa dos empresários de que as vendas manterão a tendência de recuperação nos próximos meses. “Acredito que finalmente as micro e pequenas empresas vão sentir os efeitos da melhora da economia que setores como os de duráveis e semi-duráveis sentiram ao longo de 2004”, afirma Bedê.

A opinião é compartilhada pelo sócio da peqena indústria Florus. “As vendas de janeiro mostram que o mercado está extremamente favorável ao micro e pequeno empresário. Basta se planejar para aproveitar o momento”, acredita Sacheto.

Setores em alta – Segundo os Indicadores Sebrae-SP, a indústria foi o destaque na comparação de 12 meses, com alta de 9,6% no faturamento real em janeiro. O crescimento veio dos bens intermediários, como peças e componentes, bens de capital (máquinas e equipamentos) e duráveis. “São atividades ligadas à volta de investimentos na economia, o que reforça a expectativa de que o consumo interno deverá melhorar em 2005”, salienta o coordenador do Sebrae-SP.

Também o comércio mostrou fôlego, com variação positiva de 2,6% no primeiro mês do ano na comparação de 12 meses. “O crescimento da massa salarial na economia sinaliza uma melhora do mercado interno, com ampliação das vendas de alimentos e vestuário, exatamente onde a maioria das micro e pequenas empresas se concentra.

Em baixa – O setor de serviços foi o único que apresentou desempenho negativo, com queda de 4,4% no faturamento na comparação com janeiro do ano passado. “Ainda estamos com um período curto de recuperação, por isso a melhora ainda não alcançou o setor. Mas nos próximos meses o segmento deverá mostrar reação”, diz Bedê.

Patrícia Büll