Notícias

Mulheres já encostam nos homens no uso do cartão

Guarulhos, 01 de março de 2005

A expansão dos gastos no cartão de crédito nos últimos três anos vem sendo puxada principalmente pelas mulheres: em 2004, elas gastaram R$ 44,6 bilhões, 51,2% a mais do que em 2002. A alta é superior ao crescimento do mercado como um todo, de 44,8% nessa comparação.
É o que mostra um estudo divulgado pela emissora de cartões Credicard, realizado com base em dados fornecidos pelas bandeiras e em uma pesquisa com 5.000 pessoas em todo o país. O levantamento da empresa é realizado de dois em dois anos, por isso a empresa não divulgou dados relativos a 2003.

No final do ano passado, dos 52,7 milhões de cartões em circulação no mercado brasileiro, 25,4 milhões estavam em poder das mulheres (48%), menos que os 27,3 milhões nas mãos de homens. A participação feminina era de 47% em 2002.
Tomando-se a participação em relação à PEA (População Economicamente Ativa), elas ganham: 41% das brasileiras que trabalham ou estão procurando emprego são portadoras de cartão de crédito, ante 31% dos brasileiros. São 39,7 milhões de homens na PEA, ante 31,1 milhões de mulheres.
“Essa alta do uso do cartão por parte das mulheres ocorre por causa da participação cada vez mais efetiva da mulher na economia, como uma alta na inserção no mercado de trabalho”, diz Marcelo Alonso, superintendente de assuntos corporativos da Credicard. “A partir daí a possibilidade de ingressar no mercado de cartões de crédito aumenta”.

A participação feminina no faturamento total também aumentou: era de 42,5% em 2002 e foi de 44,4% em 2004. Quando o assunto é gasto médio por compra, as compras dos homens ainda são de valores mais elevados: em 2002, a despesa média masculina por operação, de R$ 78 em 2002, saltou para R$ 84 em 2004; no mesmo período, o consumo das mulheres foi de R$ 69 para R$ 76.
“A mulher gasta em média um pouco menos, tem ainda um nível de renda menor e tende a usar o cartão para transações na média de valor um pouco mais baixo do que os homens”, diz Alonso.

Segundo dados divulgados ontem pela Credicard, a maior parte das mulheres usuárias (61%) tinha em 2004 renda máxima de R$ 999, ante 48% dos homens. Além disso, 22% das brasileiras portadoras de cartão ganhavam mais de R$ 1.500 no final do ano passado, ante 35% dos homens.
De acordo com Alonso, o tíquete médio, para homens ou mulheres, não dá grandes saltos porque cada vez mais as pessoas usam o “plástico” para compras de menor valor. “Muita gente usa o cartão para usos cotidianos”, diz.

Distribuição de gastos
O levantamento também mostra que 79% das mulheres usam o cartão para comprar roupas, enquanto 55% o utilizam nos supermercados. No setor de farmácia, o dinheiro de plástico é usado por 47% das consumidoras. No setor de eletrodoméstico, esse percentual foi de 45%.
Segundo a pesquisa, a distribuição de gastos dos homens é bastante similar à das mulheres.
Não por acaso, o cartão de crédito é disparado a forma de pagamento preferida das mulheres: 69% colocam o cartão de crédito em primeiro lugar, ante 65% dos homens ouvidos na pesquisa.

Maeli Prado