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Governo consegue aprovar mínimo

Guarulhos, 24 de junho de 2004

O governo conseguiu manter em R$ 260 o valor do salário-mínimo a partir de 1º de maio. Com a vitória por 272 votos a 172, foi derrubado o relatório do deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), que pretendia elevar o mínimo para R$ 275. Agora, a matéria segue para sanção presidencial. A sessão contou com mais presenças do que na primeira votação na casa, foram 448 presentes contra 439.

Durante toda a manhã, houveram discussões pontuais entre deputados favoráveis e contrários ao valor de R$ 275. Os defensores do reajuste maior usavam os argumentos do aumento da arrecadação tributária e do cumprimento de promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de dobrar o valor. Já, os que se opunham à proposta, rebatiam que os R$ 15 a mais produziriam grande impacto nas contas da Previdência Social e dos municípios. Além de cantar um trecho do samba eternizado por Beth Carvalho (“você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”), a oposição acusou o PT de mentir para o povo na campanha eleitoral. O deputado Beto Albuquerque, da base, reagiu cobrando do PFL e do PSDB com uma faixa em que estava escrito “cadê o piso regional salarial?”

– Vocês não têm compromisso com o povo, vocês estão aqui hoje fazendo demagogia porque se tivessem compromisso com o povo já teriam pisos regionais maiores em seus estados – bombardeou o deputado.

Os deputados oposicionistas tentaram convencer os presentes de que a votação seria diferente da outra em que tinha sido aprovado pelos deputados o valor de R$ 260.

– A votação de hoje é diferente da outra votação, porque a nossa proposta era de aumento de R$ 15. Hoje, se a nossa proposta for derrotada, estaremos tirando do trabalhador R$ 15 – disse Rodrigo Maia.

O deputado Walter Feldman (PSDB-SP) levou folhetos da Força Sindical para o plenário com o pedido de que os parlamentares votassem “sim” para o mínimo de R$ 275 aprovado no Senado. Segundo o texto, painéis instalados na Praça da Sé, no centro de São Paulo, e em outras capitais, permitiriam à população acompanhar em tempo real os votos nominais na Câmara.

Conforme acordo fechado com as lideranças oposicionistas, a votação foi nominal. Para verificar rapidamente o quorum, os deputados federais foram orientados a registrar presença em plenário assim que chegassem à Câmara. Pouco depois das 11h30m, havia mais de 400 parlamentares no plenário, número superior ao mínimo (257) necessário.

A apreciação da matéria deveria ocorrer nesta terça-feira, mas foi adiada em razão da morte do presidente nacional do PDT, Leonel Brizola, na noite de segunda-feira.