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Governo anuncia pacote contra o desemprego

Guarulhos, 14 de maio de 2004

Depois de ouvir previsões pessimistas sobre o futuro do país por causa das turbulências externas e receber cobranças de medidas que beneficiem o crescimento e criem emprego, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou acalmar os integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), declarando que, “aqui, no Brasil, estamos totalmente tranqüilos”. O presidente anunciou um pacote para reduzir o desemprego e reaquecer a economia – com medidas já divulgadas anteriormente – e avisou que vai persistir na política econômica, que o governo tomou um rumo “e vai seguir nele, até porque até agora ele deu mais certo do que errado”.

Lula advertiu que “não existe milagre” e “não existe possibilidade de trazermos para cá alguém que possa fazer mágica” e comentou que “não tem nada pior para um político, para um governo, do que o chamado medo premeditado ou a tomada de posição em função de uma coisa que nós nem sabemos o que vai acontecer”. Em discurso, parte lido, parte improvisado, o presidente afirmou que sabe, perfeitamente “o que pode significar o aprofundamento da crise em países emergentes”.

Por isso, acentuou, esperava que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, tenha passado essa tranqüilidade para os conselheiros, a quem pediu que continuassem colaborando com o país. “Iremos continuar com a mesma seriedade que começamos, com a mesma consistência que começamos”, declarou, ao justificar as medidas adotadas pelo governo. “Muitas vezes, no governo, temos os mesmos desejos que vocês têm”, disse, fazendo uma ressalva.

O pacote para reduzir o desemprego e reaquecer a economia anunciado trouxe medidas que já eram conhecidas e esperadas. Muitas delas, como a liberação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os idosos e a alteração na lei do Primeiro Emprego estavam prontas desde fevereiro. Só faltava mesmo o anúncio oficial para serem colocadas em prática. A liberação de dinheiro do saneamento, por exemplo, da ordem de R$ 2,9 bilhões, foi decidida no ano passado. Mesma coisa ocorre com relação ao empréstimo com desconto em folha para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).