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O profissional ideal para cada vaga: a promessa do PI

Guarulhos, 15 de março de 2004

Encontrar um profissional com as características ideais para ocupar um cargo e conseguir que ele esteja motivado para empregar essas qualidades da melhor maneira é o sonho de qualquer departamento de Recursos Humanos, além de um diferencial competitivo para as empresas.

Por causa dessa necessidade, Elmano Nigri, ex-presidente de uma empresa da área de varejo, deixou de lado sua carreira de executivo e trouxe ao Brasil o sistema Predictive Index (PI). Criado nos Estados Unidos, o PI é um sistema de análise de perfil e chamou a atenção de Nigri porque representa a possibilidade de conseguir algo que ele próprio não vinha conseguindo em sua época de presidente. Faltava-lhe conhecimento para distinguir as habilidades individuais das pessoas com quem trabalhava e usar melhor seu potencial.

Pois Nigri largou o emprego, foi para os Estados Unidos, estudou o tema até tornar-se um especialista e conquistou a licença de uso no Brasil. Fundada há 14 anos, sua empresa, a Arquitetura Humana, aplica a técnica, que permite a identificação de características a partir de uma lista de 172 adjetivos. Os avaliados escolhem palavras como “calmo” ou “persuasivo” em uma lista e, após estas escolhas, é avaliado por um profissional de RH que descobre se ele tem as qualidades para ocupar determinada função e quais são seus “pontos de alerta”, ou seja, aquilo em que ele deve melhorar.

Segunda Guerra – O PI foi criado pelo jornalista norte-americano Arnold Daniels durante a II Guerra Mundial. Recrutado para operações de bombardeio aéreo, Daniels foi selecionado pelo governo dos Estados Unidos para realizar um estudo que explicasse os sucessos e fracassos das equipes de pilotos. Na pesquisa, descobriu que o temperamento das duplas que partiam nos aviões era definitivo para o sucesso da operação. Com isso, foi possível escolher as personalidades mais adequadas para a função e alcançar redução no número de mortos, na reposição de aeronaves e maior eficiência no treinamento.

Com o fim da guerra, o governo desistiu dos estudos, mas Daniels, não. Para ele, as conclusões sobre os pilotos de guerra serviriam também para avaliar aptidões no ambiente corporativo. Daí nasceu o PI.

Os conceitos se baseiam na psicologia comportamental e têm o aval da Harvard Medical School e da Harvard Business School. “No Brasil, a técnica é reconhecida pela Universidade de São Paulo (USP)”, afirma Neuza Miguel, vice-presidente da Arquitetura Humana. “A técnica é aplicada em 60 diferentes línguas, em cinco continentes”, diz.

Menor rotatividade – Paula Volpe, gerente de Recursos Humanos da rede Fran's Café, conta que a empresa conseguiu uma considerável queda na rotatividade de pessoal desde que passou a usar a ferramenta. “O PI, antes utilizado apenas na matriz, passará a ser aplicado nas lojas franqueadas. A meta é acertar mais na contratação de empregados e também remanejar funções para um melhor desempenho dos negócios”, explica.

Como as lojas ficam abertas 24 horas, o uso da técnica determina quem está mais apto a desempenhar funções nos diferentes turnos. “O objetivo é impedir a queda na qualidade de atendimento”, diz Paula.

Para completar, um bom resultado no PI é um dos quesitos avaliados pela franqueadora master para conceder franquias. “É preciso estar dentro do perfil da empresa para que a “parceria” tenha sucesso”.

Juliana de Moraes