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Nível de emprego cai pelo 3º ano seguido

Guarulhos, 15 de janeiro de 2004

Pelo terceiro ano consecutivo a indústria paulista registrou queda no nível de emprego e fecha 2003 com menos 1.351 postos de trabalho, o que representa diminuição de 0,08% em relação ao ano de 2002. A queda foi puxada pelo mês de dezembro, o pior dos últimos quatro anos, que teve 11.307 demissões, ou seja, um índice de menos 0,74% em relação a novembro. Apesar disso, para Claudio Vaz, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), 2003 não pode ser considerado um ano dos mais críticos, pois o número de vagas manteve-se praticamente estável em relação a 2002. Naquele ano, o nível de emprego caiu 4,43%, e em 2001, 2,02%.

Entre os setores que mais demitiram no último mês do ano estão os de congelados e supercongelados, com diminuição de 6,74%; de relojoaria, com redução de 5,73% e de veículos (3,59% menos vagas).

De acordo com Vaz, apesar da queda do nível de emprego ter sido um pouco acima do esperado, a entidade não acredita que isso sinalize um ciclo de problemas para a indústria. Afinal, dezembro é um mês tipicamente ruim, em decorrência especialmente das dispensas de temporários, que somaram cerca de 8 mil demissões. As cerca de 3 mil dispensas restantes referem-se às demissões incentivadas, ou seja, negociadas pelos sindicatos.

Otimismo para 2004 – De acordo com a análise da Fiesp, apesar da queda de 0,08% no acumulado do ano de 2003, o período terminou sinalizando uma retomada da atividade econômica para 2004, pois os indicadores econômicos do final de ano estavam melhores que os do início de 2003.

O coordenador do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp estima um crescimento entre 1,5% e 3% neste ano. Para Vaz, se a recuperação econômica ocorrer devido a uma melhora da demanda interna, o emprego pode alcançar crescimento de 3%. Já se a retomada for impulsionada pelas exportações, a alta de emprego deve ser menor, de cerca de 1,5%.

Ele salienta, entretanto, que as contratações só devem ser percebidas a partir de abril, pois, historicamente, o primeiro trimestre do ano é um período de fraca atividade econômica. Apenas no mês de março, após o carnaval, a indústria deve aumentar a produção e gerar novas vagas.

Retrospectiva – Se confirmada a previsão da Fiesp, o ano de 2004 apresentará a primeira alta no nível de emprego desde 2000, quando houve uma expansão de 1,71%, com a geração de 27 mil novas vagas.

Do início do Plano Real até o final de 1999 foram fechados mais de 600 mil postos de trabalho na indústria.

Patrícia Büll