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Brasil fica em 65º no ranking da inclusão digital

Guarulhos, 20 de novembro de 2003

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O Brasil está no limite de ser classificado como país de bom acesso aos serviços de telecomunicações e de tecnologia da informação, segundo índice global divulgado pela primeira vez pela International Telecommunication Union, ligada à Organização das Nações Unidas. O avanço da telefonia celular, que este ano ultrapassou em número de linhas o serviço fixo, e o esforço de popularização da internet, entre outros fatores, deram ao país 0,5 ponto no Índice de Acesso Digital da ITU, que vai de zero a um ponto, com este valor significando o mais alto acesso.

Isso, no entanto, não foi suficiente para que o Brasil ficasse pelo menos entre os 10 países das Américas com maior inclusão digital. No continente, a liderança ficou com o Canadá, com um índice de 0,78, desempatando nos milésimos com os Estados Unidos, também com 0,78. Entre as nações latino-americanas, a melhor posicionada é o Chile, com índice de 0,58. Logo depois vêm Uruguai e República Dominicana, ambos com 0,54; Argentina, com 0,53; Costa Rica, com 0,52; e México, também com 0,5, vencendo o Brasil no desempate.

No mundo todo, os países com melhor acesso às tecnologias digitais são ou do Norte da Europa ou da Ásia. A liderança no ranking ficou com a Suécia, com índice de 0,85, seguida de Dinamarca (0,83), Islândia (0,82) e Coréia (0,82). Entre as surpresas do levantamento, ficou a Eslovênia, empatada com a França com 0,72 ponto e dentro da faixa dos países de alto acesso. No ranking global, o Brasil ficou na 65ª posição.

A ITU analisou indicadores como penetração de telefonia celular e fixa, acesso à internet e a serviços de banda larga para navegação na grande rede, além do custo dos serviços como percentagem da renda per capita e o nível educacional de 178 economias do mundo. E foi justamente a inclusão desses dois últimos quesitos que tornou o estudo o mais completo feito até agora sobre o setor, destacou a instituição.

– Até agora, as limitações de infra-estrutura eram consideradas como a principal barreira à inclusão digital. Nossa pesquisa, no entanto, sugere que poder pagar pelos serviços e a educação são tão importantes quanto – observou Michael Minges, da unidade de Mercados, Finanças e Economia da ITU.

Cesar Baima