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Vendas a prazo e arrecadação de ICMS cresceram em outubro

Guarulhos, 04 de novembro de 2003

Os primeiros indícios da atividade econômica em outubro estão confirmando a tendência de retomada observada em setembro. Pela primeira vez desde janeiro, a média diária de vendas a prazo apresentou variação positiva em relação ao mesmo mês do ano passado, de 5,7%, segundo a Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Além disso, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado, em outubro, empatou com a previsão feita pela Secretaria de Fazenda do Estado de São Paulo. Até agora, a projeção mensal vinha sendo superior ao resultado. Em setembro, a arrecadação ficou 0,9% abaixo da estimativa.

A receita de ICMS no mês passado foi de R$ 2,56 bilhões, o que equivale a um crescimento real de 2,1% em relação a setembro, deflacionado pelo IGP-DI. No ano, porém, a arrecadação é 14,5% menor que a do mesmo período de 2002.

“Começamos a identificar uma tendência de recuperação, mas é cedo para dizer se sustentada ou não”, analisa o secretário estadual da Fazenda, Eduardo Guardia. Segundo ele, a melhora é mais intensa na indústria que no varejo, o que denota que o comércio está fazendo encomendas para repor estoques. Problema, diz, são as restrições ao consumo, que podem vir a frear a expectativa do comércio: juros reais e desemprego altos.

Os comerciantes mostram-se realmente otimistas. Pesquisa realizada durante o 4º Congresso da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), no fim de outubro, revelou que 57% dos 782 entrevistados acreditam que as vendas no último bimestre do ano serão melhores que as do ano passado e 77% crêem que em 2004 será melhor que em 2003.

Segundo dados divulgados pela Associação Comercial de São Paulo, além da alta na comparação anual, houve expansão nas compras no crediário em relação a setembro, de 4,4%. Para o economista da ACSP, Emílio Alfieri, o resultado de outubro “está influenciado pelo Dia das Crianças, mas a perspectiva é de que este movimento se mantenha no fim de ano”. As vendas à vista não tiveram desempenho tão favorável, mas tampouco foram piores que as registradas nos meses anteriores. Na média diária, a queda foi de 4% em relação ao ano passado. Entretanto, houve um aumento de 5% em relação a setembro.

Por enquanto, afirmam, os dados sinalizam que a melhora da atividade se concentra no setor de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos, que reagiu às quedas da taxa básica de juros e à diminuição do compulsório.

No acumulado do ano até outubro, as vendas a prazo amargam ainda perda de 3% e nas vendas à vista, de 2,3%. Mas o que importa não é a previsão do ano – que, diz Alfieri, está perdido – mas a resultado do fim de ano, que vai indicar o rumo do setor em 2004.

Débora Guterman