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Novo acordo com FMI funcionaria como um “seguro”

Guarulhos, 30 de setembro de 2003

O novo diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central (BC), Alexandre Schwartsman se referiu à renovação do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) como importante para a formação de um “seguro” contra eventuais oscilações na economia.

Para ele, essa deve ser a orientação do governo ao considerar a possibilidade de renovação. “O acordo pode dar ao País a tranqüilidade de, se acontecer um acidente, passar por ele sem grandes problemas”, disse. “As reservas internacionais estão num nível muito baixo”, completou, durante sua sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Em mais um sinal de que seu discurso já converge com o de outros diretores do BC, Schwartsman pediu paciência aos empresários brasileiros para que o crédito volte a crescer no País. Ele avaliou que há uma disputa entre os setores privado e público pela escassa poupança nacional, o que faz com que o custo do dinheiro seja alto no Brasil.

O economista aproveitou o assunto para enfatizar a necessidade de continuar o ajuste fiscal que vem sendo implementado pelo governo, o que fará com que o Estado precise de menos recursos, e sobre mais crédito ao setor produtivo.

Ele ainda apostou no crescimento econômico para que seja disponibilizada mais verba para o empresariado. “Infelizmente, o caminho correto é o mais longo e o mais lento”, afirmou.

Sobre os juros, segundo ele, o pior momento já passou e a tendência para o futuro é de boas notícias. “As boas notícias vão continuar acontecendo, especialmente na questão da inflação. Temos alguns repiques sazonais, mas nada que mude a condução da política monetária”, afirmou.

Schwartsman ainda descartou que a autoridade monetária possa intervir no câmbio para controlar a inflação. “O BC tem reiterado que não tem intenção de tomar atitudes impositivas no câmbio, e que somente tem metas de inflação. Por mais que deseje, o Banco Central tem hoje um poder muito baixo para alterar a taxa de câmbio”, disse.

A indicação de Schwartsman para a diretoria de Assuntos Internacionais do Banco Central foi aprovada pela CAE, por 21 votos a favor e três contrários.

Schwartsman, que chefiava do departamente econômico do Unibanco, foi indicado no dia 10 de setembro para substuir Beny Parnes na diretoria do BC. Sua indicação será agora submetida à aprovação pelo plenário do Senado.