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Prefeitura elabora mapa social para traçar políticas públicas

Guarulhos, 27 de agosto de 2003

A Prefeitura apresentou na terça-feira, dia 26, o Mapa da Exclusão/Inclusão Social da Cidade de Guarulhos. A iniciativa tem por objetivo traçar um raio-x abrangente do modo de vida da população guarulhense, por meio de fatores sociais e econômicos, e nortear as políticas públicas governamentais e das entidades civis no combate às desigualdades. O trabalho foi desenvolvido pelas secretarias de Economia e Planejamento e de Assistência Social e Cidadania, com apoio do Instituto de Estudos, Formação e Assessoria em Políticas Sociais (Polis).

De acordo com o levantamento, Guarulhos tem hoje cerca de 1,150 milhão de habitantes, residindo em 47 bairros. Um total de 7,3% dos guarulhenses sobrevive com até um salário mínimo mensal, enquanto que 6,3% (47 mil), com idade acima de 15 anos, são analfabetos. Além disso, 10,64% moram em áreas de favelas e 12% em encostas de morros ou em locais com risco potencial de desabamento. Apenas oito bairros tiveram índice de exclusão positivo (Várzea do Palácio, Vila Augusta, Vila Galvão, Maia, Macedo, Cecap, Centro e Aeroporto), ou seja, apresentaram indicadores de desenvolvimento humano e de qualidade de vida (entre outros) satisfatórios.

Para o secretário de Economia e Planejamento, Roberto dos Santos Moreno, esse mapa é o pontapé inicial para que a sociedade guarulhense como um todo, proponha, reivindique e discuta mecanismos para equilibrar a renda per capita e melhorar a qualidade de vida da população. “Esse é um poderoso instrumento para que identifiquemos as emergências e enfrentemos essas questões”, destacou. Para ele, o mapa não se esgota em si, nem deve ser exibido agora e depois engavetado. “Temos de tomá-lo como base para a elaboração de amplas discussões a respeito, procurando seu aperfeiçoamento constante”, definiu.

O secretário de Assistência Social e Cidadania, David Fumyo Gonçalves, considera esse um momento histórico para a cidade, já que a elaboração do mapa, uma reivindicação antiga da sociedade, é um passo significativo na consolidação dos avanços na área social e como reforço das diretrizes desse setor. “Na Conferência de Assistência Social de 2001 nós já cobrávamos a elaboração desse documento e, para nossa alegria, ele finalmente saiu do papel”, comemorou.

Na opinião do secretário de Governo, Moacir de Souza, o mapa permitirá à administração municipal dimensionar a situação social em que vive a população. Segundo ele, muita coisa está sendo feita para atacar os problemas apontados pelo levantamento, que são fruto do descaso de gestões anteriores. Como exemplo, citou os investimentos em educação que, em 1998, 1999 e 2000, foram de apenas R$ 135 milhões e, em 2001/02, totalizaram R$ 309 milhões. Souza também apontou a diminuição da mortalidade infantil, que em 2000 foi de 20,8 crianças em cada mil nascidas e, em 2002, foi de 15,29. “Estamos cientes de que ainda há muita coisa por fazer. Por isso, estamos buscando parcerias junto à sociedade civil para enfrentá-los, uma vez que o poder público não é capaz de resolver tudo sozinho”, ponderou.