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Posse do Conselho de Segurança Alimentar reúne autoridades em Guarulhos

Guarulhos, 23 de julho de 2003

ArteNa segunda-feira (21), durante posse do Conselho Municipal da Segurança Alimentar e Nutricional Fome Zero, realizado no Restaurante Popular Solidariedade e Espaço Bem Temperado, o Fundo Social de Solidariedade de Guarulhos, coordenado pela primeira-dama Janete Rocha Pietá, lançou o Restaurante-Escola Aprendiz Solidário, um projeto do Programa Fome Zero, que, junto do setor empresarial, vai capacitar profissionalmente participantes de dois projetos da Prefeitura: 37 do Oportunidade ao Jovem e 25 do Bolsa-Auxílio ao Desempregado.

Durante a cerimônia, estiveram presentes secretários municipais; deputados; vereadores; o superintendente da Infraero, Miguel Choueri; o representante do Ministério da Segurança Alimentar, professor Walter Belik, um dos idealizadores do Programa Fome Zero do Instituto Cidadania; e o bispo católico Dom Luiz Gonzaga Bergonzini.

O Restaurante-Escola Aprendiz Solidário funcionará como uma escola de gourmet, onde os alunos aprenderão todos os passos de como produzir alimentos em grande escala e tudo sobre a rotina de um restaurante. As aulas devem ter início na segunda quinzena de agosto. A idéia da Prefeitura é ampliar o número de vagas.

A primeira dama, no início de seu discurso, afirmou sobre a importância de se combater a fome, especialmente na cidade de Guarulhos. “A fome é a guerra do dia a dia, que mata silenciosamente. Precisamos acabar com a fome não apenas de forma imediata, mas de maneira a desenvolver um programa para daqui a três gerações, para garantir a regularização da política contra a fome na cidade”, concluiu, explicando que Guarulhos tem cerca de 40% de sua população abaixo da linha da pobreza.

Antes da inauguração, Walter Belik esteve no Espaço Bem Temperado do Restaurante Popular e deu um rápido histórico sobre o funcionamento do Programa Fome Zero do governo federal. O professor elogiou os projetos de combate à fome realizados pela Prefeitura de Guarulhos e afirmou que o Programa do Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar (MESA) é respaldado em dois direitos constitucionais: o direito à vida e à alimentação.

“A cesta básica é emergencial, cria dependência e não resolve o problema das pessoas. Além disso, existe a humilhação de ser dependente de uma cesta básica todos os meses. É preciso que as pessoas possam sustentar-se, é necessário que elas tenham direito a alimentos de qualidade, dignos de seres humanos, e não que sejam tratados como se recebessem rações”, defendeu Belik, dizendo que até 2015 será necessário reduzir pela metade a fome no Brasil.

Fome Zero em Guarulhos

O programa Fome Zero/Segurança Alimentar foi implementado em Guarulhos em janeiro de 2001 e tem a coordenação do Fundo Social de Solidariedade. O primeiro projeto implantado foi o Banco de Alimentos que, desde de janeiro de 2001, conta com o apoio de várias empresas. Além de repassar alimentos de qualidade para entidades que trabalham com pessoas vítimas de exclusão, o projeto mantém um estoque para situações de calamidades públicas. Em 18 meses de funcionamento, recolheu 379 toneladas de gêneros alimentícios e repassou 360 toneladas para entidades cadastradas.

Dentro do programa, de fevereiro de 2001 a julho de 2002, várias panificadoras da cidade doaram 310 mil pães que foram distribuídos para entidades devidamente cadastradas, entre núcleos de favelas, igrejas, creches e asilos. Também com o apoio de alguns setores, o Fundo Social comprou uma minipadaria completa. O projeto passou a funcionar nas próprias dependências da entidade, nascendo assim a Padaria Pão Nosso, que iniciou a fabricação de pão. De julho de 2002 a junho de 2003, foram produzidos e distribuídos para as comunidades excluídas da cidade 425 mil pães.

Um outro projeto que compõe o Programa Fome Zero de Guarulhos é o Sopão Solidário, que, desde maio de 2001, oferece sopa reforçada para moradores de favelas. Hoje esse projeto conta com o apoio da empresa NBG que, de segunda a sexta-feira, distribui 800 litros de sopa/dia.

O Restaurante Popular Solidariedade foi inaugurado em dezembro de 2001 e oferece, de segunda a sexta-feira, refeições nutricionais e balanceadas a desempregados, pessoas de rua e trabalhadores de baixa renda. Por apenas R$ 1,00 o usuário tem direito a um almoço completo composto por arroz, feijão, porção de carne, salada, pão, suco e sobremesa, tudo supervisionado por uma nutricionista. No local já foram servidas mais de 280 mil refeições.