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Mercado reduz projeção de inflação e do PIB para 2003

Guarulhos, 09 de junho de 2003

Após uma semana de relativo pessimismo em relação à tendência de inflação, o mercado voltou a revisar para baixo sua projeção para 2003 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – referência do sistema de metas.

Uma sondagem do Banco Central mostrou nesta segunda-feira (09) que a mediana das projeções de cerca de 100 instituições financeiras para o IPCA deste ano foi reduzida ligeiramente de 12,17% na semana anterior para 12,06%. Para a inflação acumulada nos próximos 12 meses, as estimativas também foram revistas para baixo, passando de 8,22% para 8,09%.

Mas o relatório também trouxe uma revisão negativa. Pela primeira vez a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2003 ficou abaixo de 1,90%. A projeção passou de 1,90% na semana passada para 1,85%, começando a refletir a contração de 0,1% observada no primeiro trimestre em relação ao quarto medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A projeção ainda está abaixo da estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento este ano – que é “em torno de 2,0%” -, mas acima da estimativa de 1,6% do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Inflação menor em 2004

Na última semana, as previsões feitas pelo mercado para a inflação interromperam quatro semanas de queda e o prognóstico para o ano foi elevado em 0,04 ponto percentual, após a divulgação de um IPCA-15 acima do esperado em maio.

As estimativas do mercado para a inflação são um dos pontos que o BC leva em conta para definir a taxa de juros, atualmente fixada em 26,5% ao ano. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorre em 17 e 18 de junho.

Mesmo com a queda desta segunda-feira, a projeção continua acima da meta ajustada do governo para este ano, de 8,5%, e da projeção do próprio BC, que aponta para uma taxa de 10,8% em 2003.

Para maio, as previsões do mercado para a inflação foram mantidas em 0,50 por cento. O IBGE divulgará os dados do IPCA do mês passado na próxima terça-feira.

Para junho, no entanto, o mercado voltou a mostrar-se otimista, reduzindo sua previsão de 0,59% para 0,55%, provavelmente apostando nos efeitos benéficos da recente valorização do real sobre os preços no varejo.

As previsões para o dólar no final deste ano e de 2004 ficaram estáveis, em R$ 3,30 e R$ 3,50, respectivamente.

O mercado também vê uma inflação menor em 2004. Na semana passada, a previsão para o próximo ano era de 7,58% e agora é de 7,50%.

O IPCA-15 de maio, uma prévia do IPCA de maio, recuou de 1,14% para 0,85%, acima da previsão do mercado de uma leitura de 0,60% a 0,80%.