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BC vai usar cooperativas para baratear o crédito

Guarulhos, 02 de junho de 2003

Está praticamente pronto o programa de cooperativas de crédito que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende anunciar nos próximos dias. Por resolução do Conselho Monetário Nacional, o governo permitirá a criação de cooperativas de livre associação, ou seja, abertas a qualquer pessoa e sem exigência de qualquer tipo de vínculo entre os cooperados, a não ser a delimitação geográfica.

Embora pareça simples, o que está por trás dessa medida é um plano ambicioso: ampliar e difundir o sistema cooperativo de crédito para que ele se torne uma alternativa aos bancos e financeiras, que cobram spreads elevados na concessão de empréstimos. Nas cooperativas, os juros que remuneram os depósitos a prazo dos cotistas e os cobrados nas aplicações, definidas pelos próprios cooperados em assembléias, serão bem menores que os do sistema bancário.

As regras prudenciais do Banco Central serão mais rígidas para as cooperativas livres, para evitar problemas de gestão e mau uso da poupança dos cotistas.

Com a permissão para criar entidades abertas em municípios de menor densidade demográfica, o governo quer “bancarizar a população e democratizar o acesso ao crédito”, como explicou uma fonte do Palácio do Planalto. Essa iniciativa se somará à ampliação dos correspondentes bancários, para alargar também os canais de concessão de microcrédito. As novas cooperativas receberão recursos dos bancos oficiais, por meio de programas como o Geração de Emprego e Renda (Proger), do Banco do Brasil, ou o Protrabalho, do Banco do Nordeste.

Segundo o BC, no fim de 2002 havia 1.395 cooperativas no país, com mais de 1,43 milhão de cooperados que detinham, porém, somente 1,4% do patrimônio do sistema financeiro.

Mônica Izaguirre