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Gestão compartilhada de estoques ainda é tímida

Guarulhos, 30 de agosto de 2002

O consultor americano na área de “supply chain” (cadeia de fornecimento), Joe Andraski, esteve no Brasil nesta semana para falar de um assunto que, em tempos de desvalorização cambial e acirramento dos conflitos por aumento de preços, parece impossível: colaboração entre o varejo e indústria para uma gestão compartilhada de estoques e formulação conjunta de estratégias de produção, vendas e promoções.

A meta é aumentar a eficiência operacional da cadeia de abastecimento, um dos aspectos mais críticos para a rentabilidade das empresas. Estima-se que os prejuízos causados só pelos gargalos no sistema de fornecimento alcancem R$ 3,4 bilhões no país.

“Os conflitos no Brasil não são maiores do que nos EUA ou em outros mercados”, acredita Andraski, que fez uma palestra para 600 pessoas,e um seminário de dois dias em São Paulo para 70 executivos do varejo, indústria e empresas de consultoria.

Segundo Claudio Czapski, superintendente no Brasil da ECR (Resposta Eficiente ao Consumidor), uma entidade mundial que envolve o uso de ferramentas como a própria CPFR ou gerenciamento por categorias, existem dois projetos-pilotos de implementação do modelo de Andraski no país.

Segundo um artigo de Carlos Montagner, gerente de planejamento de demanda da Unilever, a ineficiência na gestão de estoques é “responsável diretamente pela reduzida margem operacional das empresas (em torno de 3% a 5%), pelos altos níveis de estoques (de 25 a 30 dias em média) e do alto índice de falta de produtos nas gôndolas, de 15%.