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Saída Coletiva

Guarulhos, 17 de julho de 2002

O número de inimigos da pequena empresa aumenta a cada dia. O crédito está cada vez mais caro e difícil. Sem poder de barganha, comprar insumos ou formar estoques é um sufoco só, reduzindo as chances de sair na frente da concorrência. Da mesma forma, há muita dificuldade para se divulgar o negócio, para desenvolver os métodos gerenciais da empresa, treinar funcionários e assim por diante. O incrível, porém, é que há uma forma de atenuar ou resolver muitos desses problemas e só uns poucos a usam. Trata-se do associativismo, um conceito conhecido há milhares de anos, mas ainda subutilizado.

Quem já optou por essa estratégia não tem do que se queixar. Ao contrário, vem contabilizando seguidas vitórias contra inimigos que antes pareciam invencíveis. As receitas não variam muito, pois as agruras de empreendedores de todos os ramos são muito parecidas. Mas não faltam modelos para quem planeja trilhar os caminhos do associativismo. Seja para comprar melhor, anunciar seu negócio, ganhar produtividade ou capacitar adequadamente a si e aos seus funcionários existem várias opções que se adaptam a qualquer atividade.

Nos últimos dez anos, milhares de instituições foram criadas com este objetivo. Surgiram redes varejistas setoriais; diversos aglomerados industriais, os chamados pólos ou clusters ganharam consistência e houve também um boom de cooperativas e centrais de compras de toda espécie. “Acreditamos que existam hoje no país aproximadamente 200 redes associativistas setoriais”, avalia Carlos Roberto Romeu, consultor da Clalemar Assessoria Empresarial. Apenas sua empresa já auxiliou na criação de 60 dessas organizações. Além disso, o número de cooperativas explodiu nos anos 90. O fato, porém, é que a grande maioria das empresas nacionais continua ignorando esse remédio, apesar de todos os seus males.