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Crédito ao consumidor cresce e nível aproxima-se do americano

Guarulhos, 10 de julho de 2002

O saldo do crédito ao consumidor no Brasil deve alcançar até 2010 a mesma proporção (23,3% do PIB) verificada nos Estados Unidos, apesar de o volume ser muito inferior ao do mercado norte-americano.

A previsão é da Partner, consultoria empresarial especializada em serviços financeiros ao consumidor, que, para fazer a comparação, adotou como referência o valor do Consumo Privado, que é a parte do PIB (Produto Interno Bruto) referente ao consumo das pessoas físicas.

O diretor da Partner, Boanerges Freire, explica que o saldo de crédito ao consumidor inclui o volume total que as instituições financeiras emprestaram para as pessoas por intermédio de financiamentos a bens (como veículos e eletrodomésticos), cartões de crédito, cheque especial e crédito pessoal.

Boanerges afirma, com base em números fornecidos pelo Banco Central, que o crédito ao consumidor representava em dezembro de 2001 R$ 70 bilhões, equivalentes a 9,8% do Consumo Privado brasileiro. “Este percentual era de 3,7% em 1997, permaneceu estável até 1999 e teve crescimento para 7,8% em 2000. Daí saltou para 9,8% em 2001 e deve crescer para 11,7% em 2002. Se continuar evoluindo neste ritmo nos próximos anos, alcançará o patamar de 23,3%, ou seja, o mesmo nível dos Estados Unidos, antes de 2010″, afirma”.

O especialista recorda que os norte-americanos têm se mantido estáveis no patamar de consumo há vários anos e que as perspectivas são de que permaneçam assim.

Ele comenta, no entanto, que, mesmo alcançando os Estados Unidos em termos percentuais, o volume financeiro do crédito ao consumidor no Brasil ainda será insignificante se comparado ao americano. “Com os R$ 70 bilhões de saldo de crédito ao consumidor no Brasil em dezembro de 2001, nós tínhamos menos de 2% do volume emprestado nos Estados Unidos, que na ocasião era de US$ 1,7 trilhão”.

Ao alcançar a proporção americana de 23,3% do Consumo Privado, afirma Boanerges, o País vai elevar o volume para cerca de R$ 195 bilhões (incluindo o crescimento da economia), o que, ainda assim, representará apenas 4% do volume norte-americano”, demonstra.

Em termos absolutos (e em valores atualizados), o crédito ao consumidor no Brasil saiu de um patamar de cerca de R$ 25 bilhões nos anos de 1996 a 1999, mais que dobrou em 2000 para R$ 55 bilhões, cresceu 27% em 2001 atingindo R$ 70 bilhões e projeta chegar a R$ 85 bilhões no final de 2002.

Fernando Torres