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Homem-Aranha chega às telas de mais de 500 salas de todo Brasil

Guarulhos, 17 de maio de 2002

DivulgaçãoAlguém que não é um profundo conhecedor dos quadrinhos da Marvel tem dificuldade em dizer se Homem-Aranha – o Filme traz personagens fiéis à história escrita por Stan Lee e desenhada por Esteve Ditko. Apesar desta dúvida inicial, uma coisa é certa: o filme diverte e traz aos mais leigos o mesmo universo que durante quatro décadas encantou jovens e crianças do mundo todo.

O novo filme de Sam Raimi conta o início da vida do herói aracnídeo. Peter Parker (Tobey Maguire) vive no Queens, bairro de Nova York, com seus tios May (Rosemary Harris) e Ben (Cliff Robertson). Peter é um estudante acima da média, meio “nerd”, que tem como melhor amigo o jovem milionário Harry Osborn (James Franco), e cultiva uma paixão platônica pela bela Mary Jane Watson (Kirsten Dunst), aspirante a atriz.

Durante uma excursão com o colégio a um laboratório da Columbia University, Peter é mordido por uma aranha manipulada geneticamente, que leva consigo as principais qualidades de várias outras. É neste momento que Peter terá sua estrutura genética modificada e passará a exibir poderes sobre-humanos como: visão aguçada, reflexos ultra-rápidos, senso premonitório, corpo flexível e até a fabricação de teias.

Esta fase representa a porção mais significativa da produção. O diretor Sam Raimi consegue dar leveza e veracidade ao personagem de Maguire, quando retrata, de maneira divertida, a surpresa de Parker ao se ver transformado em um sujeito com super-poderes. Os olhos arregalados do ator e sua empolgação com suas novas habilidades fazem rir e dão agilidade à história que, até então, estava presa ao Queens, à escola, aos amigos e à família de Parker.

É nesta fase que o principal apelo das HQs ganha as telas, mostrando a “normalidade” do personagem, seus problemas domésticos e familiares, suas fraquezas e seu encantamento quanto aos seus novos poderes.

A primeira aparição de Homem-Aranha em público é inesquecível. Para poder comprar o carro que precisa para impressionar Mary Jane, Peter – na melhor cena do filme – entra em um concurso amador de luta-livre como “a aranha humana”. Usando uma roupa azul e vermelha ridícula, ele destrói no ringue aquele que era, até então, o invencível das lutas-livres.

Após a morte de seu tio Bem, Peter decide combater o crime com seu novo uniforme de Homem-Aranha (que no filme não ganha a explicação de onde foi feito), saltando pelos prédios e telhados de Manhattan.

Apesar de esperada, a segunda parte do filme, centrada nas lutas e acrobacias do herói, perde significativamente seu ritmo. A aparição de Duende Verde destrói completamente a veracidade da história. Apesar da interpretação do vilão ser realizada pelo ótimo Willem Dafoe (A Sombra do Vampiro), o personagem perde muito pelo excesso de cor e de traços computadorizados.

Fiel à HQ, a trama traz o conflito entre o lado vilão de Duende Verde e seu lado homem, pois na verdade ele é Normam Osborn, cientista renomado e pai de Harry, o melhor amigo de Peter. Apesar de Norman gostar mais de Peter que de seu próprio filho, ele acaba descobrindo que Peter é, na verdade, o Homem-Aranha. Após tentar, em vão, trazer Parker para o lado do “mal”, Norman torna-se o principal inimigo de Homem-Aranha.

Apesar de a segunda fase ser permeada por lutas, fogo e muita computação gráfica, há momentos primorosos, como aquele em que Peter vai procurar emprego como fotógrafo no Daily Bugle e conhece seu editor, J. Jonah Jameson, numa fiel e perfeita atuação de J.K. Simmons.

Para aqueles que acompanharam décadas da vida destes personagens, o filme poderá não alcançar as expectativas de ver seu herói perfeitamente retratado nas telas dos cinemas. Mas o longa com certeza garante diversão, risos e muita ação.

Luciana Rocha/ Redação Terra