Semestre foi difícil para mercado de locação
O aumento do desemprego e a queda da renda das famílias em São Paulo tiveram efeito direto sobre o mercado de locação de imóveis residenciais na cidade, no primeiro semestre do ano. Na avaliação de 155 imobiliárias ouvidas em pesquisa do Secovi-SP (sindicato paulista da habitação), a procura por casas e apartamentos de três ou mais dormitórios diminuiu nos seis primeiros meses de 2003; só houve aumento na demanda por imóveis com até dois dormitórios.
O levantamento revela que a procura, em comparação com o primeiro semestre de 2002, foi maior para imóveis com aluguel de até R$ 600. Na ponta oposta – a de unidades com valor de de mais de R$ 2,5 mil – a demanda caiu.
“A elevação da procura por unidades menores é sinal da perda do poder aquisitivo da população, que deixa imóveis maiores, com aluguéis mais altos, em busca de casas ou apartamentos que se encaixem no novo orçamento”, avalia o economista responsável pela pesquisa, Cícero Liberal Yagi.
Condomínio – Também como reflexo do menor poder aquisitivo da população, a pesquisa captou aumento na quantidade de imóveis disponíveis para locação nas imobiliárias (que o mercado chama de vacância).
O crescimento foi mais expressivo no caso dos apartamentos, principalmente por causa das taxas de condomínio. “A pesquisa mostra claramente que as imobiliárias enfrentam mais dificuldades em alugar apartamentos, especialmente os de mais alto padrão”, comenta Yagi. Na carteira das empresas, os apartamentos de três dormitórios têm taxa de vacância de 28,1%, porcentagem que cai para 22,7% no caso das unidades de dois quartos. Na média, a taxa de vacância para casas e apartamentos é de 25%.
42 dias vazio – Principalmente por causa da locação de casas (preferidas pelas pessoas devido à ausência da taxa de condomínio), no primeiro semestre do ano as imobiliárias levaram, em média, 42 dias para alugar um imóvel – menos do que nos seis últimos meses do ano passado, quando a espera média era de 45 dias.
O Índice de Velocidade de Locação (IVL), calculado pelo Secovi-SP, foi de 40 dias para casas e de 51 dias para apartamentos no primeiro semestre deste ano. No período, os imóveis mais difíceis de alugar foram os apartamentos de quatro ou mais dormitórios, com IVL médio de 98 dias. Por valor, tiveram o maior índice os apartamentos com aluguel de mais de R$ 1,3 mil. As casas de um dormitório deram menos trabalho para donos e imobiliárias, que conseguiram alugar o imóvel em 30 dias.
Rejane Aguiar