Remédios podem ter preços liberados
Representantes do Ministério da Saúde e dos laboratórios farmacêuticos se reúnem nesta quarta-feira, 19, para discutir a política de preços que será adotada para os medicamentos no período de março a junho. Deve ser debatida a possibilidade de uma liberação nos preços de alguns remédios, a pedido da indústria, por conta de uma forte pressão nos custos dos fornecedores. O setor é um dos poucos em que há intervenção do governo na determinação dos preços dos produtos.
Ainda será abordada a hipótese de o governo reforçar a compra de medicamentos o Ministério da Saúde é o maior comprador do setor no país como forma de elevar a produção e o faturamento das indústrias.
Com isso, não haveria aumento de preços para os itens que devem compor essa “cesta” de remédios comprada pelo ministério.
Na prática, com essas propostas na mesa, a idéia do encontro é dar continuidade às negociações que ainda se arrastam entre o ministério e os laboratórios.
Nas últimas conversas, apareceram divergências em relação a alguns pontos. Por exemplo: para março já está previsto um novo reajuste de preços dos medicamentos, de 8,63%, para compensar a desvalorização do real ocorrida em 2002.
Mas o governo já deu a entender que espera, em seguida, que ocorra novo congelamento de preços, por mais três meses, com o apoio da indústria.
Os fabricantes não aceitam a medida, a princípio. Dizem que estão com tabelas defasadas. Em novembro, a Camed (Câmara de Medicamentos) órgão do governo autorizou reajuste de 8,63% nos preços dos remédios. A reivindicação do setor era de aumento de 18%.
Fabricantes ouvidos pela reportagem acreditam que, agora, o ideal seria a liberação dos reajustes de preços, no segundo trimestre, para alguns produtos e não o congelamento total.
Adriana Mattos