Recebíveis reduzem custo do crédito
Os fundos de recebíveis estão entre as principais alternativas de empresas para a captação de dinheiro no mercado, são fundos cujas carteiras são lastreadas em créditos que empresas têm a receber por conta de vendas ou outro tipo de operação financeira e com uma vantagem: o custo para a empresa é até 50% menor.
O mercado é novo no Brasil. Existe desde a década de 80. Mas ganha cada vez mais espaço depois de ter sido regulamentado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no final de 2001.
A partir desse ano, os fundos de recebíveis tiveram autorização para ter suas carteiras lastreadas em operações de crédito. São os chamados Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Hoje, são seis fundos ativos, que juntos somam um patrimônio igual a R$ 560 milhões.
Nos Estados Unidos, por exemplo, os fundos de recebíveis têm uma participação de 40% no volume de financiamento. Para se ter uma idéia do que esse porcentual representa, o patrimônio desse tipo de fundo é de US$ 730 bilhões. Por mês, são colocados no mercado cerca de US$ 50 bilhões em novas emissões.
“As possibilidades de crescimento do mercado de recebíveis são grandes. Se ele é desse tamanho nos Estados Unidos, imagine o potencial que ele tem no Brasil, onde há uma carência enorme por alternativas de crédito para as empresas”, diz Patrícia Bentes, sócia-diretora de uma empresa especializada em desenvolver fundos de recebíveis.
Lucro para empresas – Antes da decisão da CMV, os fundos de recebíveis no País eram restritos ao mercado imobiliário. Ou seja, só podiam fazer parte do fundo os créditos provenientes da venda de um empreendimento ou a carteira de um financiamento imobiliário vendido por uma construtora.
A legislação atual permitiu que o universo de lastro fosse ampliado para praticamente todos os setores da economia. Hoje é possível, por exemplo, a uma empresa formar um fundo com lastro em créditos que tem a receber de seus clientes, por exemplo.
Adriana Gavaça