Preço baixo pode ser sinônimo de adulteração
A metodologia das pesquisas diárias e semanais de preços de combustíveis nos postos, feitas pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) desde o início do ano, também têm causado prejuízos à livre concorrência do comércio de combustíveis no varejo. Segundo o Sincopetro, sindicato dos postos, a pesquisa começou a dar muito valor ao preço e acabou trazendo distorções no seu conteúdo.
“A pesquisa é boa, mas você não pode dar valor apenas ao preço mais baixo. O que está ocorrendo é que, em um universo de centenas de postos, se apenas um cobra um preço acentuadamente mais baixo, você precisa ter o cuidado de ver se não é combustível adulterado. Porque alguns preços não condizem com a realidade”, diz o presidente do Sincopetro, José Alberto Gouveia. Ele alerta para o risco das pesquisas da ANP, estarem incluindo postos que vendem barato, porque adicionam à gasolina solvente ilegal.
Segundo ele, o preço mínimo pelo litro da gasolina indicado pela ANP, que na semana passada foi de R$ 1,29, já é muito perto de um lucro zero. “O custo mínimo da gasolina, para quem paga seus impostos e não adultera combustível, é de cerca de R$ 1,25. Seria interessante averiguar se esse combustível é legal, principalmente se for um número reduzido de postos que está nesta situação”, completa o executivo.
Juan Velásquez